sábado, 24 de maio de 2008

Porque hoje é Sábado!

Sei de um Rio
Camané

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Paula Rego

Público


O quadro BayingUivando, em português) da pintora Paula Rego atingiu novo recorde de venda em Londres, na Sotheby"s, uma das mais importantes leiloeiras do mundo. "O quadro foi vendido por 740.599 euros, o que é um novo recorde mundial para a artista", afirmou um porta-voz da Sotheby"s à Lusa.

A tela, datada de 1994, foi inicialmente avaliada entre 464 mil e 663 mil euros, mas o departamento de arte contemporânea da Sotheby"s já previa que o valor fosse ultrapassado. "É uma obra muito central e importante e provavelmente o maior ícone da série Mulher-Cão", disse Francis Outred, director e responsável pelas vendas do departamento.

Baying representa uma mulher ajoelhada no chão, uivando. Segundo Outred, foi a primeira tela pintada a pastel de Rego que apareceu em leilão, o que justifica o "grande interesse" que suscitou a potenciais compradores. O anterior recorde em leilão de Paula Rego registou-se há apenas três semanas, quando The LessonA Lição) foi vendida pela rival Christie"s por 596,881 euros""

Dias de Chuva!

Que é feito da Primavera?

Chove... e chove... e chove!
E todos os dias quando acordamos o dia está cinzento, chuvoso e fresco demais para a época. Estamos em finais de Maio, as arvores já floriram, os frutos já rebentaram e pendem dos seus ramos e nós continuamos a ver passar os dias sem que se vislumbre a tão anunciada estação alegre, cheia de sabores e cheiros, com sol a brilhar de Norte a Sul do País. As águas de Março entendem-se sem fim à vista. Os casamentos marcados para esta época primaveril, vestidos a preceito

com roupas a pedir dias quentese soalheiro, fazem-se debaixo de aguaceiros com os convivas a tremer de frio. Os pássaros que vieram de longe à procura do sonho
prometido por terras de clima temperado, cantam baixinho escondidos por entre a ramagem viçosa do arvoredo. E cantam todo o dia, sacudindo a plumagem nova, desejando de mostrar do quanto são capazes indiferentes ao temporal que se abata sobre as suas pequenas cabeças.
Hoje estamos com aviso amarelo. Chuva forte para este fim de semana em 6 distritos de Portugal.
E a esperança renasce todos os dias. Será que para a semana o tempo melhora? Para quando este mau tempo?

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Estacionamento especial para mulheres!


Isto existe mesmo?
Existe sim. Lugares especiais para mulheres condutoras num centro comercial de São João da Madeira!
A razão de existirem?
Porque alguém "inteligente" e machista ainda pensa que «Mulher ao volante, perigo constante». Estes lugares, pasme-se, são mais largos do que os normais (mais um metro de largura) e chegam mesmo a ser maiores do que os espaço reservados para deficientes, que têm mais espaço para permitir o uso de cadeiras de rodas!


"Centros comerciais com estacionamento reservado a mulheres grávidas ou cidadãos com deficiência não são novidade. Mas o shopping 8.ª Avenida, inaugurado, há um mês, em S. João da Madeira, decidiu acrescentar lugares exclusivos para... as mulheres, mais largos do que os "normais" e até mais generosos do que alguns dos espaços reservados para deficientes, mulheres grávidas ou idosos. Muitos sanjoanenses, que não poupam nos elogios à nova coqueluche do concelho, consideram a medida discriminatória.

São apenas quatro lugares de estacionamento, no parque interior, destinados em exclusivo aos clientes do sexo feminino, num universo de 1400. Mas estes espaços, pintados de cor de rosa, e que se encontram a poucos metros de outros estacionamentos reservados a grávidas e a mulheres com crianças, famílias numerosas e a cidadãos com deficiência, são os que causam estranheza quase imediata à generalidade da clientela, até às próprias mulheres.

""Nem tinha reparado que havia espaço exclusivo para nós, mas também nem era preciso", adiantou, ao JN, Rosa Silva, uma estudante de Oliveira de Azeméis, que considera a iniciativa "despropositada"".

Mas para o responsável do centro comercial, José Duarte Glória, a explicação é simples e, na sua opinião, sem justificação para considerações menos abonatórias. Adianta que a cedência dos lugares de estacionamento para as senhoras se trata, apenas, de uma "gentileza" para com as clientes. Lembra que os espaços em causa se encontram junto dos acessos directos às lojas comerciais, facilitando, dessa forma, a deslocação dos clientes do sexo feminino. "Queremos que as senhoras e outros clientes se sintam bem no centro comercial, justifica. "


Ninguém disse a este senhor que existem mulheres que conduzem melhor que muitos homens e que há homens que são um perigo ao volante?
Alguém tem de avisar esta criatura que são as mulheres, na sua
maioria, a fazer compras nos centros comerciais! Como tal, não deveriam ser assim criados lugares excepcionais para homens? Se os lugares são cortesia, porque são apenas 4? Ou será que nós mulheres estamos a ser excluidas das compras nos centros comerciais? É que a capacidade deste parque de estacionamento é de 1400 lugares e só 4 é que são especiais para mulheres! Será que de todas as mulheres que frequentam este centro comercial só 4 é que conduzem mal? Terá noção que são elas quem garantem grande parte do sucesso dos centros comerciais e das suas lojas?
Isto é caricato no mínimo, se não fosse triste e aberrante.
Para quê desenterrar o machado de guerra entre sexos? Por este andar o senhor José Duarte Glória, vai ter de gastar muita tinta para pintar estacionamentos "especiais".
Haja paciência!!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Taça de Portugal!

Final da taça de Portugal!

Parabéns Sporting!


sábado, 17 de maio de 2008

Festival Eurovisão da Canção

Há muitos anos que me desinteressei totalmente pelo Festival Eurovisão da Canção. Nem do dia, nem do mês do evento me lembro, tão pouco se ganhámos ou perdemos, ou se a representação foi boa ou não. Já lá vai o tempo em que o festival da Eurovisão era o acontecimento do ano e nós "bebíamos" cada momento como se da nossa própria vida se tratasse. Desilusões, atrás de desilusões deixou um vazio de desinteresse. As interpretes não tem culpa, já levámos lá o melhor da nossa praça, belíssimas vozes que mais tarde são o ex-líbris do nosso mundo das cantigas. Como é o caso da Dulce Pontes, Anabela, Adelaide Ferreira, Carlos do Carmo, Carlos Mendes, ou ainda Fernando Tordo e tantos outros. Bons poemas, quem não se lembra da Flor de Verde Pinho, a Tourada a Desfolhada e muitos outros que todos nós cantarolávamos todo o ano e que ainda recordamos.
Porém, este ano, gosto particularmente da canção que vai representar o nosso País, gosto da letra, Carlos Coelho, da música, Andrej Babic, e da interpretação da Vânia Fernandes. Temos todos os ingredientes para ter uma boa representação. Agora, se o conseguimos é outra conversa, porque sempre houve "politiquices" e "compadrio" neste Festival e não vai ser este ano que isso vai deixar de acontecer. Era bom, era.

Boa sorte para a Vânia e para a nossa canção.


SENHORA DO MAR

Senhora do mar,
Ante vós, me tendes caída.
Quem vem tirar meia da vida e da paz
Desta mesa, desta casa, perdidas?
Amor, qu’é de ti?

Senhora do mar,
Ante vós, minha alma está vazia.
Quem vem chamar a si o que é meu?
Ó mar alto, traz pr’a mim,
Amor meu sem fim!

REFRÃO

Ai, negras águas, ondas de mágoas,
Gelaram-m'o fogo no olhar.
Ele não torna a navegar!
E ninguém vos vê chorar,
Senhora do mar!


Quem vem tirar meia da vida e da paz
Desta mesa, desta casa, perdidas?
Amor, qu’é de ti?

Ai, negras águas, ondas de mágoas,
Gelaram-m'o fogo no olhar.
Feridas em sal, rezas em vão...
Deixai seu coração
Bater junto a mim!

(REFRÃO)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Évora

Esta é a Évora que eu vou descobrindo a pouco e pouco.
A cada esquina descubro um novo encanto, uma pedra, uma lápide ou um monumento que me deixa cada vez mais encantada e admirada de tanta beleza e valor, alguns com anos e anos de história, outros que só por si, são a própria História de Portugal.
Évora é um tesouro perdido na planície alentejana. As Igrejas de Évora são "jóias" de valor incalculável. A maior parte dos altares, em talha dourada, são de uma beleza difícil de descrever. Num passeio pelas ruas da cidade de Évora, somos transportados para tempos remotos de Júlio César (59 a.C.), Ebora com o titúlo de Liberalitas (Liberdade), de homenagem a Júpiter, a partir de então cognominada LIBERALITAS JULIA, grande cidade de direito latino, do mais antigo do Lácio. Durante as guerras cesarinas, foi conquistada pelo General Décimo Júnio Bruto, no séc. II a.C.
Município de título jurídico que dependia do convento Emeritense, após a queda do Império Romano decai de importância cultural mas mantém o prestígio económico.
Ali cunharam moeda os Imperadores Júlio César e Octávio Augusto, e os reis godos desde Leovegildo a Egica.
Os Árabes dominaram-na desde (711), data da Batalha de Guadalete, até Novembro de 1165, quando foi definitivamente integrada na monarquia de D. Afonso Henriques, pelo feito temerário de Geraldo Sempavor.Sede primitiva da Ordem Militar de S. Bento de Calatrava (Avis), conhece no ano de 1191 o cerco do príncipe Almohada Iaçub, que retomou todas as praças de guerras cristãs do Alentejo, à excepção de Évora. Na 1ª e 2ª dinastias foi corte da monarquia e é na cidadela que se organiza o exército que destruiu, em conjo com as hostes de Afonso XI de Castela, os muçulumanos na Batalha do Salado em 1340.
Em 1384, durante a regência de D. Leonor Teles, o povo, depois de queimar o castelo hasteou o pendão nacional e aclama o Mestre de Avis D. João, Rei de Portugal.

Durante este período agudo da nacionalidade, foi fronteiro-mor da província o condestável D. Nuno Álvares que dali dirige as campanhas de guerra que conhecem o seu fim nas Batalhas dos Atoleiros e Aljubarrota em 1385. Residência de vários monarcas portugueses durante longos períodos (D. João II, D. Manuel I e D. João III, seu maior esplendor o atingiu no século XVI, quando foi fundada sua Universidade da mão da Companhía-Jesús. Naqueles tempos, corte e cortesanos a enriqueceram e embelezaram, caminho que realizaram da mão, como sempre, da própria igreja. As guerras com Castilla, obrigaram a fortalecer as defesas medievais, construindo-se uma fortificação de tipo abaluartada da que se conservam diferentes lenços e baluartes.

Vale a pena visitar Évora durante pelo menos uma semana, para poder visitar e conhecer todos os monumentos, Igrejas, ruas, arcos, fontes e tesouros, rodeados de todo este Alentejo de beleza sem igual.

Entretanto vamos apreciando esta cidade linda pelas fotos que eu vou tirando à medida que vou descobrindo este tesouro escondido entre pedras milenares.


Sé de Évora

Sé de Évora

Altar da Capela dos ossos

Universitárias de Setúbal, na Praça do Geraldo, no seu melhor

Praça do Geraldo em alegre animação numa manhã quente de Maio

Zona histórica de Évora

Uma rua da zona histórica de Évora

Palácio D. Manuel

Uma rua na zona histórica de Évora

domingo, 4 de maio de 2008

Para ti, mãe!


Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.
Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:

"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.

E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Eu estive lá!!

Primeiro 1 de Maio!


Eu estive lá!

Eles também!

E o povo saiu à rua!

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre



segunda-feira, 28 de abril de 2008

Vila Faia!

Todos os fins de semana é a mesma coisa!
Quando ouvi dizer que a RTP canal Um, iria repor a novela Vila Faia com novo elenco e com algumas, ligeiras, alterações, eu disse logo que não iria perder nenhum episódio. Convenci também a família, revelando-lhes que a novela na altura da sua primeira exibição, tinha sido um êxito e que movimentara multidões. Muitas famílias depois do jantar, todos à volta do aparelho de TV, bebíamos cada palavra que era pronunciada com sabedoria e empenho pelos actores e actrizes que a compunham e acompanhávamos com imenso interesse o desenrolar das aventuras e desventuras do Godunha e da Mariette e das famílias dos Marques Vila e dos Marinhais. Ficámos todos cá em casa, os mais velhos e os mais novos, muito entusiasmados para (re)ver a Vila Faia.
A novela finalmente chegou! A RTP começou a transmitir os primeiros episódios. E aí começou o desentendimento familiar, na minha casa. A novela Vila Faia é transmitida por volta das 18.30, aos fins-de-semana, isto quando o Futebol não se mete pelo meio. Ora a essa hora já os outros canais estão a meio de um filme ou de um outro programa qualquer, e QUEM é que interrompe o que está a ver com algum ou até muito interesse para mudar de canal? NINGUÉM como é lógico! E aí começa o meu “drama”!
Ou continuo a ver o que estou a ver e pura e simplesmente ignoro a dita novela, com muita pena minha.
Ou vou para o quarto vê-la, e me deito em cima da cama às 6, 30 da tarde, afastando-me assim do resto da família que continua na sala em alegre cavaqueira, a ver o programa ou filme que estávamos a ver, muito antes da novela começar!
Se o fim de semana está de feição, com um sol lindo lá fora e um agradável entardecer a convidar para dar uma volta para arejar e ser bafejados por estes fins de tardes primaveril, lá se vai a dita cuja trama do Godunha versos Mariette!
Se temos visitas de amigos que aparecem nas tardes de fins-de-semana, para passarmos umas horas a confraternizar, esquece a novela.
Se fazemos um programa à tarde, de uma ida ao cinema, ou tomar um lanche numa esplanada , perco o enredo!
E assim graças a um “Chico esperto” que por acaso se chama José Fragoso, se lembrou de colocar no ar, num horário para ninguém ver, eu perco a melhor novela que alguma vez se fez em Portugal, pelo menos para mim. Sem respeito pelos actores e por nós, meros telespectadores, simples joguetes nas mãos de certos meninos que pensam que sabem tudo e de tudo!
Mesmo depois do protesto de actores, pela voz da sempre realista Simone de Oliveira, mesmo com baixa de audiências, este... como direi, para não ofender quem tenha um pouquinho de inteligência e modéstia (?) teimoso, continua a insistir na passagem da novela num horário que não interessa a ninguém, muito menos à RTP. Só se o dito senhor têm interesses em acabar com a produção nacional e o canal do Estado, aí eu concordo com ele, este é o horário certo para passar seja o que for para acabar com ele em pouco tempo. E depois os dinheiros não são públicos? Não deveriam ouvir a opinião de quem vê e assiste aos programas? Teimosia tem limites!! Depois passa a ser burrice!

sábado, 26 de abril de 2008

Que o tempo não apague as memórias!

Eu vim de longe/José Mário Branco


Quando o avião aqui chegou
quando o mês de Maio começou
eu olhei para ti
então entendi
foi um sonho mau que já passou
foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
uma flor vermelha n'outra mão
tinha um grande amor
marcado pela dor
e quando a fronteira me abraçou
foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
de muito longe
o que eu andei p'ra'qui chegar
Eu vou p'ra longe
p'ra muito longe
onde nos vamos encontrar
com o que temos p'ra nos dar

E então olhei à minha volta
vi tanta esperança andar à solta
que não exitei
e os hinos cantei
foram feitos do meu coração
feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa s'estragou
e o mês de Novembro se vingou
eu olhei p'ra ti
e então entendi
foi um sonho lindo que acabou
houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
coisas começadas noutra mão
tinha um grande amor
marcado pela dor
e quando a espingarda se virou
foi p'ra esta força que apontou


quinta-feira, 27 de março de 2008

O Teatro faz-nos falta!

Que falta que que me faz as noites de teatro na RTP! Eram noites de grande expectativa. Eram noites de magia, de sonho! Sem sair do nosso cantinho éramos visitados por grandes senhores da arte de bem representar. E que bem representavam. Eunice Munoz, Rui de Carvalho, encabeçam a minha lista de bons actores de Teatro. Uma peça notável de que não me esqueço, sobretudo pelo desempenho de Palmira Bastos que, com aquela idade, fez uma excelente representação. Sem dar pelo passar do tempo, ainda me recordo do som da bengala a bater no chão e esta frase inesquecível:
-"
Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores!"
Frase que me ficou de exemplo para os momentos mais graves da minha vida. Mas parece que ao fim de mais de 30 anos o teatro está de volta à RTP! Com a peça “O dia das Mentiras”, baseado em duas comédias de Almeida Garrett, adaptadas por Rui Mendes, com encenação de Fernando Gomes, que sobe ao palco do Teatro Trindade e entra pela casa dos portugueses à hora das telenovelas.
Será? Com que regularidade? Em que horário? Será que vai passar às 6 da tarde como passa a novela Vila Faia? Quando nos dão alguma coisa de que gostamos, dão tão pouco e de tão má vontade que desconfiamos sempre um bocadinho. Bom, mas não vou falar antes de tempo e fico à espera que o Teatro volte em força e com muitas peças. Artistas bons nós temos de certeza e com vontade de trabalhar, também. Ficamos à espera.
E Viva o Teatro, o Teatro Português e os nossos actores!

sábado, 22 de março de 2008

Páscoa Feliz!


Hoje é sábado, véspera de Domingo de Páscoa! Continuamos em período de luto, de reflexão, de recolhimento pela morte de Jesus! Está um dia triste e cinzento. Lá fora chove e faz frio. Está uma primavera envergonhada.
Porém, quando eu era criança, Jesus já tinha ressuscitado! Durante muitos anos, sempre se ouviram o repicar dos sinos das Igrejas por volta das 10 da manhã. Era Sábado de Aleluia! Anunciavam o renascimento de Jesus! Depois, reconhecendo o erro, a igreja Católica passou a celebrar a Ressurreição, com ofícios religiosos, a partir das 0 horas de domingo.
Com esta alteração, o tocar dos sinos tão característico na minha infância acabou por se perder. Ainda me lembro da correria que a criançada fazia, para chegar à praça principal da aldeia de Safara, onde se erguia a enorme igreja com os sinos da torre a tocarem sem cessar, logo pela manhã.
Eu e a minha irmã vestíamos os melhores vestidos feitos pela minha mãe para aquela ocasião, a mim, a minha mãe insistia em me colocar um laçarote nos cabelos que de tão lisos e finos, não ficava lá mais que uns minutos. Era para eu ficar mais bonita, dizia ela!
Entravamos na Igreja e eu ficava parada a olhar para aquele Cristo, antes coberto de panos roxos, o que sempre me fazia uma enorme confusão para a minha imaginação de criança, e agora a olhar para mim, com um ar tão sofrível, tão magoado, tão triste. Eu sentia culpa, nem sei bem de quê, e ficava triste também, como se eu fosse a culpada de todos os pecados do mundo!
Mas era hora de festa e de cantar Aleluia, e eu ia devagarinho juntar-me aos meus familiares, sem nunca deixar de olhar aquele rosto que de longe me seguía e que apesar de todo o seu sofrimento me parecia fraternal e compreensivo.
A seguir eu saía da Igreja e ia desejar Uma Páscoa Feliz a toda a gente que conhecia.
É isso que eu hoje e passado tantos anos, desejo a todos vós, os que por aqui vão passando.

sexta-feira, 21 de março de 2008

No dia Mundial da Poesia!

No teu Poema

No teu poema
existe um verso em branco e sem medida,
um corpo que respira, um céu aberto,
janela debruçada para a vida.

No teu poema
existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura
e, aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite,
o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Agonia
e o cansaço
do corpo que adormece em cama fria.

Existe um rio,
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha.

No teu poema
existe um cantochão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.

Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro.

José Luis Tinoco

quarta-feira, 19 de março de 2008

Saudade


Poema ao meu Pai!

Cai chuva
Miudinha
Desta nuvem que sou eu.
Cai e não a consigo suster.
Cai de mansinho,
Sorrateira,
Nesta dor que transporto
E não suporto.
Molha o chão
Que calcorreio
Das saudades que albergo,
Nesta alma
Que é minha,
É nossa.
Cai chuva,
Devagarinho,
Dos olhos que me enfeitam
E que por si
Choram,
Meu pai…

(João Falcato)

quinta-feira, 13 de março de 2008

A perda maior!

A perda de um filho!

Caminhavam as duas, mãe e filha, de mãos dadas, tranquilamente pelo passeio daquela rua concorrida do Bombarral. Iam em alegre cavaqueira, como se a vida fosse só delas e as duas partilhassem segredos que só grandes amigas sabem compartir. Talvez partilhassem promessas de paz e amor! De vidas futuras! Quem sabe!
A filha, uma criança de 5 anos, alegre e activa, sempre pronta para a brincadeira e para mais um carinho a quem lho pedisse. Gostava de dar mais um mimo, mais um beijo, mais um sorriso às pessoas amigas.
Depois de terem feito as comprar, as duas seguiram felizes para mais uns afazeres, que esta vida é de uma constante roda-viva. Depois de resolvidos mais uns assuntos a menina achou que tinha de dar mais um beijinho de despedida aquela senhora de quem ela gostava e voltou para trás. E com isso fez a vida parar! A sua vida! O seu sorriso desapareceu para sempre do seu pequenino rosto.
Ali naquele instante o mundo parou no coração daquela mãe. Gritou, correu, mas o carro que se aproximava, só parou quando colheu o corpo pequenino da sua menina. Seria o fim daquela curta vida, perante o desespero e impotência desta mãe.
E foi o acabar de um sonho, a vida parou ali naquele instante, apesar de tudo fazerem para trazer a menina para os braços da sua mãe, ela partiu e ficou um vazio e uma dor enorme. Uma dor difícil de entender, misto de revolta e inconformismo. A mãe desta menina, não merecia esta dor tão lancinante que neste momento está a sentir! Lutou e fez tudo o que era possível para gerar uma vida e um dia como por milagre ficou grávida. Foram dez longos anos de tratamentos, ilusões e desilusões. Ela conseguiu vencer esta luta, a da vida. A mesma luta que a espera agora para conseguir superar esta perda, a da morte! A sua menina tão desejada parte com apenas 5 anos. Ninguém merece esta dor, ninguém deveria conhecer esta perda. Esta mãe está a sentir o desespero maior que alguém pode sentir. Porquê? Não encontro a resposta.
Não existe uma palavra para classificar a perda de um filho.
A toda a família o meu pesar sincero. Para a minha amiga, a mãe da menina, um abraço de grande amizade e sentimento profundo de respeito neste momento tão difícil. Que Deus os ajude!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher!


Hoje é o Dia Internacional da Mulher!

Esta data é mundialmente dedicada a homenagear aquelas mulheres que no ano de 1857 sofreram na pele a força bruta da ignorância dos homens!

"A ideia da existência de um dia internacional da mulher foi inicialmente proposta na virada do século XX, durante o rápido processo de industrialização e expansão económica que levou aos protestos sobre as condições de trabalho. As mulheres empregadas em fábricas de vestuário e industria têxtil foram protagonistas de um desses protestos em 8 de Março de 1857 em Nova Iorque, em que protestavam sobre as más condições de trabalho e reduzidos salários".

Também pretendo lembrar neste dia, Mulheres anónimas que venceram doenças, que souberam chorar, rir e amar. Lembrar as Mulheres que ainda hoje sofrem na pele as diferenças, as lutas constantes pelas pequenas coisas! Para aquelas Mulheres que em noites de solidão, abafam o grito do desespero, do abandono, da ignorância, e vão chorando no silêncio do seu quarto o desespero de não ser igual!

Porém, também as mulheres da minha vida, merecem que lhes dedique este post, neste dia 8 de Março! Porque elas são grandes mulheres que preencheram a minha vida de muito amor. Para elas envio uma flor e um beijo de muito carinho e admiração.

À minha mãe, porque hoje é o primeiro ano que não a tenho comigo e não posso dar-lhe uma flor e mostrar-lhe o quanto a amei e amarei sempre. Continuo a recordá-la como antes da partida, como se o ontem não existisse, como se o amanhã fosse hoje.

À minha filha, uma mulher de corpo inteira, Mulher com M grande, inteligente, sensível e amiga, que eu admiro e amo muito.

Para a minha irmã, que sempre soube ser minha amiga e me apoiou quando eu mais precisava.

Às minha amigas, aquelas amigas que o souberam ser incondicionalmente sem dia ou hora marcada.

E para todas as mulheres que passando por aqui vão deixando as suas palavras de amizade.

Para todas elas, os meus...


quinta-feira, 6 de março de 2008

Sorriso precisa-se!


Creio que foi o sorriso,
O sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugênio de Andrade

Dedico este Post à Ministra da Educação!
Não vou falar do seu trabalho como Ministra da Educação, deixo isso para os seus contestatários e opositores.
A senhora não sorri e isso preocupa-me. Nem um esgar se vislumbra naquele rosto! A Ministra tem um rosto carregado, triste, responsável, taciturno, que nos deixa preocupados, apreensivos.
O seu discurso é carregado de palavras sérias, duras, amargas, o que nos deixa preocupados e tristes também.
O seu rosto é triste e fechado, carrega com ela toda a responsabilidade do mundo e o comprometimento de querer fazer o melhor.
Sorrir não é fácil, não pensem que é só fazer um trejeito com os lábio e já está, não, o sorriso tem de vir de dentro, do profundo da alma. As pessoas crescem, estudam, formam-se tornam-se adultas, transformam-se pela vida fora em gente responsável e idónea mas pelo caminho esqueceram-se de sorrir! Perderam esta capacidade algures, talvez quando eram crianças, onde o sorriso era livre e sem
comprometimento. E o sorriso é comunicação!
Se a Ministra da Educação Maria de Lourdes Rodrigues, tivesse um sorriso sincero alegre e jovial, com certeza seria muito mais compreendida pelos outros.

Antoine de Saint-Exupéry diz: "No momento em que sorrimos para alguém, descobrimo-lo como pessoa, e a resposta do seu sorriso quer dizer que nós também somos pessoa para ele".

Maria Fernanda Barroca diz: “O sorriso pode ser um grande auxiliar na educação. Não o sorriso que pactua com a asneira, mas o sorriso que acompanha uma repreensão justa e que mostra ao visado que, apesar da dureza e firmeza da repreensão, há amizade e compreensão”.

“O sorriso é silencioso como chuva mansa que cai e fertiliza a terra ou como brisa suave que acaricia e refresca o rosto. O sorriso desvenda delicadamente o interior de quem sorri”.


Sorria Sr. Ministra, e vai ver que as coisas lhe vão correr muito melhor!




quarta-feira, 5 de março de 2008

José Luís Peixoto



José Luís Peixoto - Nenhum olhar


Deixa-me descansar... Deixa-me adormecer sem temer encontrar-te! E o mundo acabou. Inexplicavelmente, ou sem uma explicação que possa ser dita e entendida. O mundo acabou, como num instante em que se fechassem os olhos e não se visse sequer o que se vê com os olhos fechados. (...). O mundo acabou e nem o tempo prosseguiu. Os minutos não passavam porque não existiam, como não existiam os momentos ou os olhares. O infinito era o infinito de não ser nem infinito, nem nada. A morte não existia no meio de todas as coisas mortas. Não existiam os cadáveres. Tinha morrido a memória da morte. (...). O mundo acabou. E não ficou nada. Nem as certezas. Nem as sombras. Nem as cinzas. Nem os gestos. Nem as palavras. Nem o amor. Nem o lume. Nem o céu. Nem os caminhos. Nem o passado. Nem as ideias. Nem o fumo. O mundo acabou. E não ficou nada. Nenhum sorriso. Nenhum pensamento. Nenhuma esperança. Nenhum consolo. Nenhum olhar.

«Filho. Gostava que houvesse uma aragem qualquer que me explicasse esse teu sorriso e outra que te explicasse, sem te magoar, o meu silêncio.»


«Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.»

Passagens do livro de José Luís Peixoto, jovem escritor Alentejano, de
Galveias, concelho de Ponte de Sôr, e distinguido com vários prémios literários entre eles o Prémio Literário José Saramago!
Eu gostei especialmente deste, Nenhum Olhar. É um retrato social de v
idas, de sentimentos.
Nenhum Olhar é uma ode à tristeza, aos silêncios, ao sofrimento e ao isolamento deste chão Alentejano!
Como alguém escreveu...

“Mas acima de tudo, o que torna este livro uma leitura obrigatória, não é o facto de nos fazer pensar...

...é o facto de nos fazer sentir”.

terça-feira, 4 de março de 2008

Toda a criança tem o direito de ser FELIZ!!


Este vídeo é do melhor que se tem feito em publicidade, tendo como objectivo a liberdade das crianças!

Toda a criança tem direito a ser feliz, a brincar em liberdade! A brincar na rua, na lama, a saltar à corda, a jogar à macaca, à bola, à apanhada, como nós fizemos um dia. Assim seria perfeito que a principal ocupação das crianças seja de facto brincar, sujar-se, aprender, divertir-se longe da exploração, do trabalho, e de todo o tipo de maus-tratos.
Que perfeito o mundo seria se isso fosse verdade.





Rui Pedro!

Faz hoje 10 anos que o Rui Pedro desapareceu!
Dez anos de sofrimento! Dez anos de desespero! Dez anos de ilusões constantes e de novo o vazio! Dez anos de encontros adiados! De um amor adiado! De um amor de mãe que nos aflige! Dez anos de esperança renovada a cada dia que passa.
Não só porque o nome do meu filho também é Rui Pedro, não só porque
este menino foi um dos primeiros a despertar-nos para esta realidade, não só porque o Rui Pedro é um pouco de todos nós, mas também porque ainda sentimos uma esperança neste regresso tão desejado, tão esperado, e por isso mesmo renovado no nosso desejo infindável da sua volta para casa. Por todos os “Ruis Pedros deste mundo que a esperança do seu retorno nunca morra.

domingo, 2 de março de 2008

Uma simples Flor!

Hoje de manhã quando fui comprar o jornal, como todos os sábados, recebi um sorriso e uma flor. Sem razão alguma aparente. Simplesmente porque sim.
Não é todos os dias que isto acontece e não é todos os dia que somos assim agradavelmente surpreendidos com uma amizade que longe de ser interesseira ou maldosa nos leva a pensar que as pessoas que nos rodeiam são bonitas não só por fora mas também por dentro.
O meu dia iluminou-se e tinha de correr bem. Alguém se encarregou para que isso fosse verdade. logo pela manhã. Bem haja! Obrigada.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Desinteresse!



Já há algum tempo que não escrevo nada por aqui, por vários motivos, primeiro porque não me sinto vocacionada para a escrita, como se as ideias tivessem fugido de mim, como se o mundo lá fora não me interessasse, como se os dias fossem todos iguais.

As mudanças não são fáceis, e na minha idade muito menos. A pouco e pouco estou de novo ganhando terreno no que se refere aos afectos, ao relacionamento com os outros. Se bem que por aqui as pessoas são abertas, simples e prontas para conviverem, mesmo com as pessoas que não conhecem, é fácil conversar, pedir ajuda para como fazer melhor as coisas que não conhecemos, conhecer locais, trocar ideias, fazer amizades. Mas a idade, a minha, é realmente uma condicionante grave. Ou sou eu, não sei. É muito diferente quando somos jovens, vemos a vida multicolorida, não pensamos nas adversidades, nem nos riscos, nem nos perigos. Agora tudo é “SE”! Paramos antes de avançar, antes de falar, antes de dizer! E isso é que nos torna velhos.

Depois também há um vazio enorme neste País que é meu de nascença e de coração, a nível politico e social, é assim como uma feira de vaidades onde se vai acusando uns e outros, de mil e uma coisa, quase todas graves, ou muito graves e depois ficamos sem saber o desfecho, é como acusar e fugir, sem nunca vermos os culpados serem julgados, ou condenados. Os homens deixaram de ser sérios, andam agora com a espada da justiça em cima das suas cabeças e vivem de festa em festa, de inauguração em inauguração, de viagem em viagem, como se nada fosse com eles. Políticos, dirigentes de clubes de futebol, juízes, advogados, médicos de renome, e mais não sei o que, são acusados de desfalques, falcatruas, aldrabices, desonras, calunias!

E nós, simples criaturas que nada devemos ao Jet Set, ou à política, ou aos senhores que em tudo mandam e que representam este povo, vamos ficando cansados, vamos vivendo amargurados, sem vontade de comentar, sem vontade de votar, sem vontade de interferir nesta sociedades de vida vazias. E é como se atravessássemos um deserto, deserto de valores, de ideias, de homens íntegros, honestos e sérios. Começamos a desconfiar dos partidos, das instituições, dos homens e mulheres deste País!

Perdemos horas, e por vezes dias, da nossa vida a seguir este ou outro caso bombástico que nos chega através dos órgãos de informação, todos os dias, sempre a horas certas, as de maior audiências, pessoas conhecidas são acusadas sem dó nem piedade, pelos jornalistas, como se estes fossem juízes, julgando, não entrevistando, com se aquele caso fosse a coisa mais importante deste mundo, para depois não sabermos o fim da história e cair no esquecimento.

Faz-se campanha política em cima da desgraça de cada um. Ali, no meio da catástrofe, aproveitando a ocasião para culpar o Governo. Acusam, apontam o dedo, como se eles próprio não soubessem de nada ou não tivessem uma cota parte de culpa no sucedido. Espectáculo mediático à hora de telejornal! Por outro lado o próprio Governo ouve, vê e segue em frente, indiferente à dor de quem sofre na pele a desgraça das horas más! Olham para o lado, assobiando indiferentes e seguem em frente, como se nada disto lhes dissesse respeito. Políticos que se acusam mutuamente na praça pública proferindo palavras que nos deixam atónicos, perplexos!

Há também os que gritam e barafustam de barriga cheia, os que nada mais fazem senão reclamar e organizar a confusão, tendo o ordenado garantido no fim do mês.

Nada disto faz sentido para mim neste momento, de repente é como se toda a gente tivesse tirado a máscara e eu tivésse a ver o mundo com outras cores, cinzentas, tristes, sombrias! É um país de desencanto! De desrespeito total!

E nós ficamos descrentes! Desinteressados! Apáticos. Desiludidos!

E deixamos cair os braços à espera nem sei bem de que!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Timor, de novo!



Mais uma vez Timor é notícia em todos os noticiários e infelizmente pelas piores motivos!
É com extrema preocupação e tristeza que acompanhamos as notícias sobre esta nova situação em Timor Leste e o estado de saúde de Ramos Horta, depois dos 2 atentados desta manhã, noite em Lisboa.
Pessoalmente não consigo entender este povo Timorense. Quando suou o alerta para ajudar-mos este povo, tudo fizemos para o conseguir! A "Paz" foi restabelecida, fizeram-se eleições, elegeram-se os governante, abriram-se escolas, igrejas e tudo parecia correr bem, pelo menos assim pensávamos nós, de repente tudo volta ao principio e é com consternação que durante a noite fui acompanhando o evoluir dos acontecimentos e o estado critico de saúde do presidente Ramos Horta.
Merecerá a pena lutar pela paz para estes povos que já de tão habituados à guerra não sabem apreciar a Paz e a tranquilidade que neste caso todo o mundo colaborou para a conseguir? Que quererá afinal esta gente, inconformados sempre com as situações. É preferível voltar à guerra do que continuar a construir um País já de si tão massacrado pelo sofrimento?
Desejo as rápidas melhoras do presidente Ramos Horta e PAZ para este povo que tanto precisa dela.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Porque temos dias assim!



Rui Veloso/ Mariza

Não queiras saber de mim - Carlos Tê / Rui Veloso

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje não me recomendo

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Évora!

Évora já é uma realidade!

Instalados e com a tralha mais ou menos no lugar, aos poucos a minha vida vai retomando o seu ritmo normal.

Entretanto já tive um tempinho para passear e admirar esta cidade maravilhosa.
Évora estende-se preguiçosamente pela planície Alentejana. Imponente, bela e verdejante. De dia, Évora oferece ao visitante, edifícios majestosos, ruas limpas, praças cheias de gente. Comércio e Industria em efervescente crescimento.

À noite Évora fica esplendorosa. A iluminação dos seus monumentos transporta-nos para outros tempos. Diana estava ainda mais bonita. Ex-libris da cidade é um templo clássico de quase dois mil anos. Passear pelas ruas de Évora é quase como entrar no paraíso.

Templo de Diana

Gostei do ambiente afectuoso dos cafés, onde a conversa se estende para além dos clientes habituais. Povo sem preconceitos, aceitando os forasteiros como se de suas gentes se tratassem. Cidade alentejana de gente simples e simpática.

Por enquanto é tudo o que lhes posso transmitir desta cidade que me soube acolher muito bem. Aos pouco e poucos foi descobrindo sítios, locais e pessoas e tentar passá-los também para a tela.

Sinto-me bem, “quase feliz”, não fora já as saudades dos que estão longe.

Um beijo para todos aqueles que se preocuparam comigo nesta mudança da minha vida.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Mudanças!!!!


A mudança foi-se fazendo, devagar sem grandes ondas. Sempre com a esperança que desta vez iria ser diferente, não ia haver bagunça! Eu consegui sozinha embalar quase tudo, catalogando as caixas, tudo nos sítios certos e ao mesmo tempo a limpeza ia-se fazendo quase sem dar por isso, sem atropelos.
Mas mudança é sempre igual, não tenham ilusões! Agora, que falta só 3 dias para me mudar, eu ainda tento ter alguma ordem dentro da desordem. Impossível! Confusão total. Como diria uma querida amiga que toda a vida me ajudou nas lides caseiras, quando as forças se iam evaporando depois de um dia de grandes limpezas. "Ai miga, ainda falta tanto! Ainda não fizemos nada"!! Exagerada, a boa e doce Alice! Faltava realmente aquele bocadinho que é o que custa mais nestas coisas, sejam elas limpezas ou mudanças. "O rabo é o que custa mais a esfolar", como diz o velho ditado popular e confirmo eu que nunca esfolei nada a ninguém, mas sei o que custa acabar estas coisas.
Hoje está quase... quase... quase... tudo feito! Quase tudo embalado, quase tudo arrumado. Quase tudo limpo. Os vidros das janelas, os armários da cozinha, as casas de banho. As roupas lavadas e passadas a ferro. As varandas limpas! O chão fica para o fim. Mas ao mesmo tempo, olho para trás e parece-me que nada está feito e aí vem o desalento chamado "Alice". Ainda não fiz NADA!! Ainda me falta fazer tanta coisa!
Agora não encontro nada de nada! Embalei tudo! Só ficou fora das caixas o que é minimamente indispensável e nem essas se encontram com facilidade.
Este blog vai descansar uns dias, como devem calcular, não há tempo nem disposição para escrever e ter ideias novas, o cansaço e o vazio vai tomando conta de mim, e quando me consigo sentar aqui em frente ao PC e olhos começam a pedir descanso.
Em breve estarei noutro local, numa cidade linda e com ideias novas.
Até lá, façam o favor de sorrir!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Operação Triunfo!

Ultimamente há programas na TV portuguesa que tem o poder de me tirar do sério. Independentemente do canal. Independentemente dos intervenientes nos ditos programas, alguns deles apresentados com profissionalismo. Mas há sempre algo que descarrila e põe em risco toda uma estrutura idealizada para o triunfo dos mesmos!

Ora por falar em triunfo, o programa com o nome de Operação Triunfo, realizado pela RTP, teria sido perfeito se tudo se tivesse passado como "TODA" a gente pensou que iria passar. Se o triunfador final fosse o Ricardo e não quem foi anunciado! Por muito boa voz que a Vânia tenha, por muito que merecesse ganhar, a VOZ do Ricardo é única.

Ricardo

Acompanhei desde o primeiro dia este programa, vi as vozes serem modeladas, cinzeladas, moldadas, ensinadas e estudadas ao mínimo pormenor por bons professores, que já tendo dado provas do seu valor profissional, nunca nos deixaram margem para dúvidas. O concorrente Ricardo, provou desde a primeira hora, que era senhor de uma belíssima voz! Depois de algum tempo a limar arestas este jovem de Alenquer deu um verdadeiro espectáculo na final deste programa no passado dia 19. Não ganhou, porque o público votou na Vânia. Mas para mim, o RICARDO é o GRANDE VENCEDOR da OT!!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O Alentejo já é uma realidade!


Voltar para o Alentejo sempre foi um sonho acalentado por mim durante toda a minha vida.
Voltar a sentir os cheiros do Alentejo! O cheiro a estevas espalhadas pelos campos ao calor de um Verão tórrido ou a queimarem no lume, aquecendo as casas caiadas de branco, em dias frios de Inverno. O cheiro a chuva! Tão característico da terra molhada. Voltar a sentir o calor das tardes estivais, ver os bandos de pássaros esvoaçando em direcção ao Sul, sob um céu azul sem fim, sobre uma planície dourada de searas ondulantes ao sabor do vento. Das vozes dos homens cantando canções dolentes, melodias de solidão elevadas ao mais alto do seu sentir. Saudades das cores destas terras do Sul, onde o ocre se mistura com o castanho e o amarelo, o azul e o verde, e o vermelho cor de sangue. O Alentejo é um Outono de cores, na paleta de um pintor. Voltar a ouvir o
chilrear dos pardais a anunciar as madrugadas.
E eis que de repente me vejo de regresso ao "meu" Alentejo.
Matar saudades da terra que me viu nascer e crescer. Como se de lá nunca tivesse saído e estivesse o meu regresso anunciado.
A esperança que tudo de certo e ao mesmo tempo o medo da mudança. A ansiedade. E a saudade de tudo o que vou deixar para trás! Ah a saudade! Como este nosso povo sofre deste mal. As saudades que eu já começo a sentir de quem deixo para trás. De quem eu amo e não pode ir comigo. Pudera eu e teria todos a quem amo sempre perto de mim.
Mas estava na hora das grandes decisões e eu tive de as tomar e lá vou eu se Deus quiser, de rumo ao Sul.