segunda-feira, 28 de abril de 2008

Vila Faia!

Todos os fins de semana é a mesma coisa!
Quando ouvi dizer que a RTP canal Um, iria repor a novela Vila Faia com novo elenco e com algumas, ligeiras, alterações, eu disse logo que não iria perder nenhum episódio. Convenci também a família, revelando-lhes que a novela na altura da sua primeira exibição, tinha sido um êxito e que movimentara multidões. Muitas famílias depois do jantar, todos à volta do aparelho de TV, bebíamos cada palavra que era pronunciada com sabedoria e empenho pelos actores e actrizes que a compunham e acompanhávamos com imenso interesse o desenrolar das aventuras e desventuras do Godunha e da Mariette e das famílias dos Marques Vila e dos Marinhais. Ficámos todos cá em casa, os mais velhos e os mais novos, muito entusiasmados para (re)ver a Vila Faia.
A novela finalmente chegou! A RTP começou a transmitir os primeiros episódios. E aí começou o desentendimento familiar, na minha casa. A novela Vila Faia é transmitida por volta das 18.30, aos fins-de-semana, isto quando o Futebol não se mete pelo meio. Ora a essa hora já os outros canais estão a meio de um filme ou de um outro programa qualquer, e QUEM é que interrompe o que está a ver com algum ou até muito interesse para mudar de canal? NINGUÉM como é lógico! E aí começa o meu “drama”!
Ou continuo a ver o que estou a ver e pura e simplesmente ignoro a dita novela, com muita pena minha.
Ou vou para o quarto vê-la, e me deito em cima da cama às 6, 30 da tarde, afastando-me assim do resto da família que continua na sala em alegre cavaqueira, a ver o programa ou filme que estávamos a ver, muito antes da novela começar!
Se o fim de semana está de feição, com um sol lindo lá fora e um agradável entardecer a convidar para dar uma volta para arejar e ser bafejados por estes fins de tardes primaveril, lá se vai a dita cuja trama do Godunha versos Mariette!
Se temos visitas de amigos que aparecem nas tardes de fins-de-semana, para passarmos umas horas a confraternizar, esquece a novela.
Se fazemos um programa à tarde, de uma ida ao cinema, ou tomar um lanche numa esplanada , perco o enredo!
E assim graças a um “Chico esperto” que por acaso se chama José Fragoso, se lembrou de colocar no ar, num horário para ninguém ver, eu perco a melhor novela que alguma vez se fez em Portugal, pelo menos para mim. Sem respeito pelos actores e por nós, meros telespectadores, simples joguetes nas mãos de certos meninos que pensam que sabem tudo e de tudo!
Mesmo depois do protesto de actores, pela voz da sempre realista Simone de Oliveira, mesmo com baixa de audiências, este... como direi, para não ofender quem tenha um pouquinho de inteligência e modéstia (?) teimoso, continua a insistir na passagem da novela num horário que não interessa a ninguém, muito menos à RTP. Só se o dito senhor têm interesses em acabar com a produção nacional e o canal do Estado, aí eu concordo com ele, este é o horário certo para passar seja o que for para acabar com ele em pouco tempo. E depois os dinheiros não são públicos? Não deveriam ouvir a opinião de quem vê e assiste aos programas? Teimosia tem limites!! Depois passa a ser burrice!

sábado, 26 de abril de 2008

Que o tempo não apague as memórias!

Eu vim de longe/José Mário Branco


Quando o avião aqui chegou
quando o mês de Maio começou
eu olhei para ti
então entendi
foi um sonho mau que já passou
foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
uma flor vermelha n'outra mão
tinha um grande amor
marcado pela dor
e quando a fronteira me abraçou
foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
de muito longe
o que eu andei p'ra'qui chegar
Eu vou p'ra longe
p'ra muito longe
onde nos vamos encontrar
com o que temos p'ra nos dar

E então olhei à minha volta
vi tanta esperança andar à solta
que não exitei
e os hinos cantei
foram feitos do meu coração
feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa s'estragou
e o mês de Novembro se vingou
eu olhei p'ra ti
e então entendi
foi um sonho lindo que acabou
houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
coisas começadas noutra mão
tinha um grande amor
marcado pela dor
e quando a espingarda se virou
foi p'ra esta força que apontou