quinta-feira, 29 de março de 2007

Eunice Munõz



Sem dúvida que a Internet é um óptimo meio de comunicação entre as pessoas. Divulgar e fazer chegar a imagem e a palavra a quem a deseja e não tem outro meio para o fazer.
Este receio também aconteceu em relação à TV quando ela apareceu e hoje através dela podemos apreciar o trabalho dos nossos actores. Pena é que não seja mais divulgado o Teatro.

Mas voltemos a falar de Eunice do Carmo Munõz. Eunice nasceu no Alentejo, mais precisamente na Amareleja, pequena aldeia em pleno Alentejo profundo. Nasceu em 1928 numa tarde quente de fins de Julho.
A família formava a Troupe Carmo e fazia as delícias das populações do Sul. A minha mãe ainda se recorda da ansiedade e frenesim que a chegada do Circo Carmo provocava naquela gente de Barrancos. E como ainda recorda igualmente com saudades de ver actuar a mãe de Eunice, a grande Mimi!
Eunice não vivia com grande alegria a sua actuação nos palcos de pano, Achava mais graça, depois do espectáculo e com o teatro vazio, contar com o pai, as moedas que constituíam a receita da bilheteira.
Em 1941, Amélia Rey Colaço, directora da Companhia Rey Colaço Robles Monteiro, o maior prestígio da cena portuguesa, precisou de três raparigas muito novas, que contracenassem com Maria Lalande no 1º acto de Vendaval, que seria a última peça de Virgínia Vitorino. E o velho tenor Sales Ribeiro lembrou-se de recomendar a pequena dos Muñoz.Com apenas 13 anos, mas já com uma grande experiência de palco, trabalhou com Palmira Bastos, Lucília Simões, Amélia Rey Colaço, Maria Lalande e também com o galã Raul de Carvalho e João Villaret.

Teatro, filmes e telenovelas

Riquezas da Sua Avó, Labirinto, O João Ratão, Raparigas Modernas, A Portuguesa, A Casta Susana, Chuva de Filhos, Camões, Um Homem do Ribatejo, Os Vizinhos do Rés-do-Chão, A Noite de 16 de Janeiro, Os Comediantes de Lisboa, O Morgado de Fafe em Lisboa, Noé Voltou Ao Mundo, Outono Em Flor, Espada de Fogo, A Morgadinha dos Canaviais, Ribatejo, Um Homem do Ribatejo, Cantiga da Rua, Disco Voador, Ninotchka, A Farsa do Amor, Luz Sem Fim, A Loja da Esquina, João da Lua, Joana d’Arc, A Desconhecida, Come Tu Mi Vuoi, Noite de Reis, Um Serão Nas Laranjeiras, Os Pássaros de Asas Cortadas, Três em Lua de Mel, A Linha da Sorte, Os Direitos da Mulher, O Milagre de Anna Sullivan, Adorável Mentiroso, O Pomar das Cerejeiras, A Dama das Camélias, Recompensa, Os Anjos Não Dormem, Cenas da Vida de Uma Actriz, Mary, Mary, A Candidinha, Lições de Matrimónio, O Homem Que Fazia Chover, As Raposas, Verão e Fumo, Édipo de Alfama, Deliciosamente Louca, Quatro Estações, Oração, Os Dois Verdugos, Dois Num Baloiço, A Voz Humana, O Duelo, A Salvação do Mundo, A Mãe, As Criadas, A Maluquinha de Arroios, Gin Game, As Memórias de Sarah Bernhardt, Mãe Coragem e os Seus Filhos, O Caminho Para Meca, As Troianas, A Maçon, Tempos Difíceis, a telenovela A Banqueira do Povo.

Deu voz aos poetas que ama, como Florbela Espanca ou António Nobre
Em 2006 representou pela primeira vez na casa a que deu nome, o Auditório Municipal Eunice Muñoz, e Oeiras com a peça Miss Daisy.
Em 2007 co-protagoniza com Diogo Infante A Dúvida.
Eunice Munõz é sem dúvida alguma uma das maiores actrizes portuguesas que Portugal deve lembrar e por vezes tende em não o fazer.

Há muitas mulheres Portuguesas que têm honrado o nosso País pelo seu trabalho, a sua luta, a sua abnegação, que a pouco e pouco eu vou tentando colocar aqui neste blogue. Sem distinção de tempo, credo, religião, política ou raça, simplesmente porque são mulheres com M grande e porque são Portuguesas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Eunice Muñoz foi uma grande senhora. Eunice Muñoz é uma grande senhora.
Eunice foi, é e será uma enorme artista até que a vida lhe permita.
É uma diva. Daqui, não muito longe, faço uma grande vénia a Eunice Muñoz.

Anónimo disse...

Grande senhora do teatro, e não só....
jinhos
lau