domingo, 19 de agosto de 2007

Estou farta!!

Estou numa daquelas fases em que tudo me faz “ferver”, as patetices, as criancices e a falta de carácter que algumas pessoas apresentam para tentar resolver os interesses de cada um a seu belo prazer. As pessoas giram à volta de "mundinhos" onde o seu umbigo é o centro.
Atropelam, pisam e repisam, para voltar à ribalta, felizes por serem os maiores. Julgam-se Reis da sapiência entre os que são vazios de sabedoria! Cegos aos erros que cometem, são hábeis a apontar os erros dos outros. São heróis de trazer por casa e ofendem-se com migalhas de somenos importância. São fingidores. Castradores de ideias. São os maiores. Os outros… seguidores, simples observadores. Aplaudindo e dando palmadinhas nas costas.
Estou farta de reclamações, de gritos, de queixumes, o dizer mal por dizer, de protestos de barriga cheia, desta lamuria do dia a dia que me vai enchendo a paciência. Barafustam, fazem barulho, muito barulho e depois… tudo fica na mesma. Gostam de se fazer ouvir. E não fazem nada. O vazio preenche as suas vidas!
Estou farta de opulência, de prepotência e de vaidades. A importância de se chamar "Alberto"!!
Onde está a beleza de um simples gesto, de um sorriso, de uma palavra amiga, da ajuda incondicional sem interesses para proveito próprio, do silêncio dos actos praticados? Do amor pelo semelhante, da partilha da entre ajuda, do conhecimento. Do reconhecimento! Do agradecimento!
É tudo isto ignorado em favor de banalidades que só dão vida a seres orgulhosos e déspotas.
Sinto-me como se estivesse no alto de um monte a observar as crianças, entenda-se adultos, nas suas traquinices de aniquilação sentimental dos que os rodeiam. E são felizes, pelo menos assim me parecem. Continuam no seu mundo de brincar, cada um sendo poderosos a seu modo. Servindo-se da dormência dos que andam por andar, dos que vivem por viver. E são felizes. Todos, os que mandam e os que são mandados.
Estou farta de crimes perfeitos!
À margem desta manipulação castrante, caminho desarticulada. Sou uma peça fora da máquina. Incómoda. Chata e deslocada.
Decididamente não consigo fazer parte deste mundo cão. Tenho pena. Ou talvez não!

10 comentários:

Anónimo disse...

Não és a única, Franky.
Esta máquina bem montada, é demasiado forte para que consigamos passar sem olhar.
Está bem oleada.

Mas não é eterna.

Beijinho

Anónimo disse...

Parece que me tiraste o texto dos dedos, Francisca....

Eu também estou farta. E sinto-me velha!

Tenho-o visto por aqui com muito gosto, António!
Beijinho
Fátima

Dina disse...

Acho que esse sentimento está a alastrar...

Franky disse...

Olá repóter
Todos nós temos um limite para suportar a tal máquina, mas um dia e sem saber bem porque, damos connosco a olhar para a engrenagem, do lado de fora, e reparamos que não fazemos parte dela. E ficamos a pensar o que fazemos aqui!!

Franky disse...

Fátima (se é a Fátima que eu conheço)

Sabes que na nossa idade começa a ser tudo tudo muito complicado. O que nos sobra de sabedoria, falta-nos em paciência. É mau.
A minha mãe costuma dizer-me que com a idade dela já pode dizer tudo o que pensa. Sem hipocrisia, sem fingimentos. E vai dizendo as verdades, que doem como facadas. Todos a desculpam! É da idade!
Nós já começamos a estar nas tintas para o que pensem de nós e vamos dizendo o que nos vai na alma. O que nos acarreta um monte de problema, somos as mal-amadas!
Não temos a desculpa da idade como a minha mãe e nós também não queremos ser velhas.
Por isso, de vez em quando apetece-me dar um murro na mesa!!

Franky disse...

Dina

Miga, este é um sentimento generalizado, podes crer.
Dá também um murro na água, não se ouve e podes crer que sabe muito bem!!

piedosa mente disse...

«Decididamente não consigo fazer parte deste mundo cão. Tenho pena. Ou talvez não!»
Vamos lá a ver… ( Ou talvez não! ) Ainda que me tenha ficado a impressão de que as tuas lamentações ( e o terreno infértil em que as lanças ) traduzem uma questão por resolver contigo própria, não posso ( não quero e não devo ) deixar de te sugerir que medites numa só palavrita ( sim, eu sei que isto parece paleio de padre… Mas não ligues, já me pesa a inteligência, é apenas isso. ).
CONTEMPORIZAR.
Deixo-a como quem deixa uma hipoteca de confiança. Um eco de ânimo. Vá, agora trata de decompô-la, dá-lhe voltas, ajeite-a ao teu agrado. As coisas mudam, verás. Estão sempre a mudar, afinal. ( Vais ver como o ontem deixa de nos perturbar quando o amanhã nos enternece. )
Abraço.

Franky disse...

Cesto Sentido

Vamos então ao exercício por ti sugerido.
Contemporizar: acomodar-se às circunstâncias, transigir, condescender! Ou ainda: dar tempo a; entreter, até poder actuar.

Acomodar-me às circunstância é o que eu faço todos os dias e perante as mais diversas situações, resta-me transigir por comprazer. Mas não me peçam para me calar!
Obrigada pelo exercício!
Beijinhos

Luis Eme disse...

Gostei muito de te ler, Franky.

Sinto tantas vezes isso... e também já não tenho pachorra para pavões e criticos sem qualquer obra feita...

Franky disse...

O que contactamos diariamente deixa-nos ser vontade de continuar. É como remar contra a maré. É sentir os nossos ideais destruídos e sem valor.
Só nos resta esperar que os tempos mudem ou nos acomodemos.