"Fazes-me falta"!
"Prefiro esquecer, esquecer-te até se preciso for, para viver como tu vivias, apreciando cada momento - sobretudo os dolorosos, pela lucidez que trazem como bónus - desta tão precária maravilha a que chamamos existência. Tantas vezes te aconselhei as virtudes do silêncio. Queria calar-te para te proteger, sim. Há poucas pessoas apetrechadas para a verdade - mesmo nós, quantas vezes não fechámos à chave umas verdadezitas mais cortabtes para não nos magoarmos? Creio que me fazes - schiuuu! - assim, com uma vagar de embalo, sempre que a voz da minha consciência ( seja lá isso o que for) sobe o tom para me acusar pelo que não te dei. Creio sem crer, como um condenado. Afinal de contas, não tenho nada a perder. Mesmo que os anjos não existam, as asas com que te vejo, sentada na beira da minha cama, do cume enlouquecendo da minha insónia, ficam-te melhor do que todas as toilettes. Esforço a imaginação, estendo-a até aos teus dedos, mas não consigo mais do que um ligeiro raçagar de asas. São lençóis que agito, bem sei - mas não me concederás a graça de transformar a fímbria do meu lençol na ponta dos teus dedos?"
5 comentários:
E por este excerto parece ser um bom livro...
Um abraço
Esse texto tem dedicatória.
Verdade, Franky?
Olá Elvira
Ouvi a Inês Pedrosa falar deste livro e achei-o muito interessante. Aborda um assunto muito delicado e que me diz muito neste momento.
Um beijinho
Olá Repórter
Acertas-te!
Hoje,(ontem)faz um mês que a minha mãe partiu e a falta que ela me faz!
Beijinhos
Acho que quase todos já esperimentámos esta sensação...
porque quem parte e é especial, faz-nos sempre falta.
abraço
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