terça-feira, 24 de julho de 2007

Parabéns RUI PEDRO!

Hoje é dia 24 de Junho, dia dos teus anos. Faz hoje precisamente 33 anos que tu resolves-te "bater" à porta sem eu estar à espera da tua chegada. Eram mais ou menos 23 horas, saia eu de uma sala de cinema em Lisboa, o São Jorge, quando senti que algo não estava bem. Não, não podias ser tu. Só chegarias em fins de Agosto e ainda decorria o mês de Julho.
Ainda faltava um mês para tu nasceres e a cidade fervilhava de emoções. A Revolução de Abril de 1974, tinha trazido para as ruas a alegria da liberdade. Os cravos floriam nas janelas e nos corações dos Portugueses.
Não, não pode ser, continuava eu a pensar, mas calada, aguentando aquela dor tão especial, mas tão inesperada, não, não podia perder as manifestações, a caminhada do primeiro 1º de Maio, onde nós fomos a pé, desde o Rossio até ao Estádio! Eu tinha 25 anos, e toda a força de viver e de sonhar. Sempre unidos, nós e este povo que só pensava e gritava Vitória. Mas tu querias mais, querias ver tudo aquilo que eu te contava. Os soldados com os cravos no cano das espingardas, de mãos dadas com esta gente que chorava de alegria, os tanques de guerra carregando a alegria de quem é livre finalmente. Vivemos juntos esses meses de segredos e confissões. Mas as notícias que te chegavam através de mim eram por demais exuberantes para serem vividas numa bolsa de fluidos calmos, querias ver e viver tudo o que se estava a passar.
Vivíamos uma época complicada, de incertezas, conflitos, injustiças. Mas vivíamos felizes.
Foi um dia igual a tantos outros daquele tempo ainda envolto em emoções. Caminhava pela vida num mar de incertezas, de algumas dúvidas, levando a tua irmã pela mão, esperando juntas a tua chegada.
Estivemos na piscina do Motel, em Oeiras, a Ana, a tua irmã nadou toda a tarde e depois de uma “Manhoca” como ela dizia, e papar, ficou a dormir em casa da avô Laura, enquanto eu e o teu pai fomos ao cinema. Não me recordo que filme vi nessa noite, mas ao regressar a Queluz, tu anuncias-te a tua chegada. Ao passar o Viaduto Duarte Pacheco, soube, incrédula que tinha chegado a hora. Fui busca a mala, avisar a família e voltei para Lisboa.
No outro dia bem cedinho, tu nasces-te, pequenino, enfezado, roxo, sem vontade de chorar. O teu Índice de Apgar foi de 3. Complicado! Preocupas-te todos, médicos e enfermeiros, que estavam na sala de partos do Hospital Particular de Lisboa. Fizeram reanimação, mas tu não querias chorar. Eras um prematuro de 8 meses. Pesavas pouco mais de 1 Kg. Ficaste na incubadora durante um semana. Eu esperei por ti. Para te mostrar o mundo tal e qual ele era cá fora. No dia que saimos, enquanto percorremos as ruas, mostrava-te a cidade, os soldados, os cravos. A alegria de viver finalmente em Liberdade. De sermos livres.
Mas neste dia, o dia da tua inesperada chegada, foi comemorado por toda a família e por mim em particular que não queria acreditar que tinha um menino tão lindo e tão pequenino para cuidar.
Hoje és um homem, um amigo, um confidente. O meu maior amigo. És um homem integro e cheio de sonhos.
Agarra esses sonhos com muita força, para que tenhas toda a sorte do mundo, para que sejas muito feliz, longe de problemas, de sofrimentos, de inimizades, de conflitos e de guerras. Que construas um mundo como tu próprio és, puro, amigo e sincero para toda a gente.

Parabéns Pedro!

3 comentários:

Anónimo disse...

Muitos Parabéns RUI PEDRO!!

Desejo-te tudo de bom e que todos esses sonhos guardados em ti, todos os teus mais infimos desejos se concretizem aos poucos, e que possas ver que afinal vale apena ACREDITAR!!!
Um grande Beijinho neste dia.

E muitas felicidades também à MÃE, para quem este dia foi, é e sempre será muito especial!!!

Beijoca muito grande para vocês!!

Mafy

Dina disse...

Com uns dias de atraso aqui ficam os parabéns ao filho e à mãe!
Beijinhos

Anónimo disse...

Um abraço e um beijinho de parabéns, respectivamente para o Rui e para a Mafy.

Felicidades muitas!!!