sábado, 24 de maio de 2008

Porque hoje é Sábado!

Sei de um Rio
Camané

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Paula Rego

Público


O quadro BayingUivando, em português) da pintora Paula Rego atingiu novo recorde de venda em Londres, na Sotheby"s, uma das mais importantes leiloeiras do mundo. "O quadro foi vendido por 740.599 euros, o que é um novo recorde mundial para a artista", afirmou um porta-voz da Sotheby"s à Lusa.

A tela, datada de 1994, foi inicialmente avaliada entre 464 mil e 663 mil euros, mas o departamento de arte contemporânea da Sotheby"s já previa que o valor fosse ultrapassado. "É uma obra muito central e importante e provavelmente o maior ícone da série Mulher-Cão", disse Francis Outred, director e responsável pelas vendas do departamento.

Baying representa uma mulher ajoelhada no chão, uivando. Segundo Outred, foi a primeira tela pintada a pastel de Rego que apareceu em leilão, o que justifica o "grande interesse" que suscitou a potenciais compradores. O anterior recorde em leilão de Paula Rego registou-se há apenas três semanas, quando The LessonA Lição) foi vendida pela rival Christie"s por 596,881 euros""

Dias de Chuva!

Que é feito da Primavera?

Chove... e chove... e chove!
E todos os dias quando acordamos o dia está cinzento, chuvoso e fresco demais para a época. Estamos em finais de Maio, as arvores já floriram, os frutos já rebentaram e pendem dos seus ramos e nós continuamos a ver passar os dias sem que se vislumbre a tão anunciada estação alegre, cheia de sabores e cheiros, com sol a brilhar de Norte a Sul do País. As águas de Março entendem-se sem fim à vista. Os casamentos marcados para esta época primaveril, vestidos a preceito

com roupas a pedir dias quentese soalheiro, fazem-se debaixo de aguaceiros com os convivas a tremer de frio. Os pássaros que vieram de longe à procura do sonho
prometido por terras de clima temperado, cantam baixinho escondidos por entre a ramagem viçosa do arvoredo. E cantam todo o dia, sacudindo a plumagem nova, desejando de mostrar do quanto são capazes indiferentes ao temporal que se abata sobre as suas pequenas cabeças.
Hoje estamos com aviso amarelo. Chuva forte para este fim de semana em 6 distritos de Portugal.
E a esperança renasce todos os dias. Será que para a semana o tempo melhora? Para quando este mau tempo?

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Estacionamento especial para mulheres!


Isto existe mesmo?
Existe sim. Lugares especiais para mulheres condutoras num centro comercial de São João da Madeira!
A razão de existirem?
Porque alguém "inteligente" e machista ainda pensa que «Mulher ao volante, perigo constante». Estes lugares, pasme-se, são mais largos do que os normais (mais um metro de largura) e chegam mesmo a ser maiores do que os espaço reservados para deficientes, que têm mais espaço para permitir o uso de cadeiras de rodas!


"Centros comerciais com estacionamento reservado a mulheres grávidas ou cidadãos com deficiência não são novidade. Mas o shopping 8.ª Avenida, inaugurado, há um mês, em S. João da Madeira, decidiu acrescentar lugares exclusivos para... as mulheres, mais largos do que os "normais" e até mais generosos do que alguns dos espaços reservados para deficientes, mulheres grávidas ou idosos. Muitos sanjoanenses, que não poupam nos elogios à nova coqueluche do concelho, consideram a medida discriminatória.

São apenas quatro lugares de estacionamento, no parque interior, destinados em exclusivo aos clientes do sexo feminino, num universo de 1400. Mas estes espaços, pintados de cor de rosa, e que se encontram a poucos metros de outros estacionamentos reservados a grávidas e a mulheres com crianças, famílias numerosas e a cidadãos com deficiência, são os que causam estranheza quase imediata à generalidade da clientela, até às próprias mulheres.

""Nem tinha reparado que havia espaço exclusivo para nós, mas também nem era preciso", adiantou, ao JN, Rosa Silva, uma estudante de Oliveira de Azeméis, que considera a iniciativa "despropositada"".

Mas para o responsável do centro comercial, José Duarte Glória, a explicação é simples e, na sua opinião, sem justificação para considerações menos abonatórias. Adianta que a cedência dos lugares de estacionamento para as senhoras se trata, apenas, de uma "gentileza" para com as clientes. Lembra que os espaços em causa se encontram junto dos acessos directos às lojas comerciais, facilitando, dessa forma, a deslocação dos clientes do sexo feminino. "Queremos que as senhoras e outros clientes se sintam bem no centro comercial, justifica. "


Ninguém disse a este senhor que existem mulheres que conduzem melhor que muitos homens e que há homens que são um perigo ao volante?
Alguém tem de avisar esta criatura que são as mulheres, na sua
maioria, a fazer compras nos centros comerciais! Como tal, não deveriam ser assim criados lugares excepcionais para homens? Se os lugares são cortesia, porque são apenas 4? Ou será que nós mulheres estamos a ser excluidas das compras nos centros comerciais? É que a capacidade deste parque de estacionamento é de 1400 lugares e só 4 é que são especiais para mulheres! Será que de todas as mulheres que frequentam este centro comercial só 4 é que conduzem mal? Terá noção que são elas quem garantem grande parte do sucesso dos centros comerciais e das suas lojas?
Isto é caricato no mínimo, se não fosse triste e aberrante.
Para quê desenterrar o machado de guerra entre sexos? Por este andar o senhor José Duarte Glória, vai ter de gastar muita tinta para pintar estacionamentos "especiais".
Haja paciência!!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Taça de Portugal!

Final da taça de Portugal!

Parabéns Sporting!


sábado, 17 de maio de 2008

Festival Eurovisão da Canção

Há muitos anos que me desinteressei totalmente pelo Festival Eurovisão da Canção. Nem do dia, nem do mês do evento me lembro, tão pouco se ganhámos ou perdemos, ou se a representação foi boa ou não. Já lá vai o tempo em que o festival da Eurovisão era o acontecimento do ano e nós "bebíamos" cada momento como se da nossa própria vida se tratasse. Desilusões, atrás de desilusões deixou um vazio de desinteresse. As interpretes não tem culpa, já levámos lá o melhor da nossa praça, belíssimas vozes que mais tarde são o ex-líbris do nosso mundo das cantigas. Como é o caso da Dulce Pontes, Anabela, Adelaide Ferreira, Carlos do Carmo, Carlos Mendes, ou ainda Fernando Tordo e tantos outros. Bons poemas, quem não se lembra da Flor de Verde Pinho, a Tourada a Desfolhada e muitos outros que todos nós cantarolávamos todo o ano e que ainda recordamos.
Porém, este ano, gosto particularmente da canção que vai representar o nosso País, gosto da letra, Carlos Coelho, da música, Andrej Babic, e da interpretação da Vânia Fernandes. Temos todos os ingredientes para ter uma boa representação. Agora, se o conseguimos é outra conversa, porque sempre houve "politiquices" e "compadrio" neste Festival e não vai ser este ano que isso vai deixar de acontecer. Era bom, era.

Boa sorte para a Vânia e para a nossa canção.


SENHORA DO MAR

Senhora do mar,
Ante vós, me tendes caída.
Quem vem tirar meia da vida e da paz
Desta mesa, desta casa, perdidas?
Amor, qu’é de ti?

Senhora do mar,
Ante vós, minha alma está vazia.
Quem vem chamar a si o que é meu?
Ó mar alto, traz pr’a mim,
Amor meu sem fim!

REFRÃO

Ai, negras águas, ondas de mágoas,
Gelaram-m'o fogo no olhar.
Ele não torna a navegar!
E ninguém vos vê chorar,
Senhora do mar!


Quem vem tirar meia da vida e da paz
Desta mesa, desta casa, perdidas?
Amor, qu’é de ti?

Ai, negras águas, ondas de mágoas,
Gelaram-m'o fogo no olhar.
Feridas em sal, rezas em vão...
Deixai seu coração
Bater junto a mim!

(REFRÃO)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Évora

Esta é a Évora que eu vou descobrindo a pouco e pouco.
A cada esquina descubro um novo encanto, uma pedra, uma lápide ou um monumento que me deixa cada vez mais encantada e admirada de tanta beleza e valor, alguns com anos e anos de história, outros que só por si, são a própria História de Portugal.
Évora é um tesouro perdido na planície alentejana. As Igrejas de Évora são "jóias" de valor incalculável. A maior parte dos altares, em talha dourada, são de uma beleza difícil de descrever. Num passeio pelas ruas da cidade de Évora, somos transportados para tempos remotos de Júlio César (59 a.C.), Ebora com o titúlo de Liberalitas (Liberdade), de homenagem a Júpiter, a partir de então cognominada LIBERALITAS JULIA, grande cidade de direito latino, do mais antigo do Lácio. Durante as guerras cesarinas, foi conquistada pelo General Décimo Júnio Bruto, no séc. II a.C.
Município de título jurídico que dependia do convento Emeritense, após a queda do Império Romano decai de importância cultural mas mantém o prestígio económico.
Ali cunharam moeda os Imperadores Júlio César e Octávio Augusto, e os reis godos desde Leovegildo a Egica.
Os Árabes dominaram-na desde (711), data da Batalha de Guadalete, até Novembro de 1165, quando foi definitivamente integrada na monarquia de D. Afonso Henriques, pelo feito temerário de Geraldo Sempavor.Sede primitiva da Ordem Militar de S. Bento de Calatrava (Avis), conhece no ano de 1191 o cerco do príncipe Almohada Iaçub, que retomou todas as praças de guerras cristãs do Alentejo, à excepção de Évora. Na 1ª e 2ª dinastias foi corte da monarquia e é na cidadela que se organiza o exército que destruiu, em conjo com as hostes de Afonso XI de Castela, os muçulumanos na Batalha do Salado em 1340.
Em 1384, durante a regência de D. Leonor Teles, o povo, depois de queimar o castelo hasteou o pendão nacional e aclama o Mestre de Avis D. João, Rei de Portugal.

Durante este período agudo da nacionalidade, foi fronteiro-mor da província o condestável D. Nuno Álvares que dali dirige as campanhas de guerra que conhecem o seu fim nas Batalhas dos Atoleiros e Aljubarrota em 1385. Residência de vários monarcas portugueses durante longos períodos (D. João II, D. Manuel I e D. João III, seu maior esplendor o atingiu no século XVI, quando foi fundada sua Universidade da mão da Companhía-Jesús. Naqueles tempos, corte e cortesanos a enriqueceram e embelezaram, caminho que realizaram da mão, como sempre, da própria igreja. As guerras com Castilla, obrigaram a fortalecer as defesas medievais, construindo-se uma fortificação de tipo abaluartada da que se conservam diferentes lenços e baluartes.

Vale a pena visitar Évora durante pelo menos uma semana, para poder visitar e conhecer todos os monumentos, Igrejas, ruas, arcos, fontes e tesouros, rodeados de todo este Alentejo de beleza sem igual.

Entretanto vamos apreciando esta cidade linda pelas fotos que eu vou tirando à medida que vou descobrindo este tesouro escondido entre pedras milenares.


Sé de Évora

Sé de Évora

Altar da Capela dos ossos

Universitárias de Setúbal, na Praça do Geraldo, no seu melhor

Praça do Geraldo em alegre animação numa manhã quente de Maio

Zona histórica de Évora

Uma rua da zona histórica de Évora

Palácio D. Manuel

Uma rua na zona histórica de Évora

domingo, 4 de maio de 2008

Para ti, mãe!


Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.
Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:

"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.

E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Eu estive lá!!

Primeiro 1 de Maio!


Eu estive lá!

Eles também!

E o povo saiu à rua!

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre