segunda-feira, 9 de abril de 2007

Margarida Carpinteiro

Margarida
Carpinteiro

Actriz




Há pessoas pelas quais nutro uma grande simpatia, sem mesmo nunca nos termos cruzada nos cantos da vida, gosto e admiro Margarida Carpinteiro.
É uma actriz que tento acompanhar nos vários trabalhos que faz.
Escritora, actriz, declamadora.
Nasceu em Lisboa mas sonha com o dia em que voltará à aldeia da sua infância, Vales, na Beira Baixa.
Margarida Carpinteiro, frequentou o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, é sobretudo, uma excelente e popular artista teatral, com admiráveis interpretações, quer no palco, quer na televisão.
Entre muitos trabalhos que gostei particularmente de ver a Margarida, destaco o seu papel de Mariette em Vila Faia, “Costantina” na “Roseira Brava”.
Escreve, também, desde 1985, tendo editado já quatro volumes de ficção, recebidos com o agrado da crítica.
Este último intitula-se “Um navio na gaveta” e, segundo informação da autora, permaneceu ancorado na gaveta durante dez anos, certamente ansioso de abrir velas à publicidade, destino para o qual foi construído com rigor e beleza.

Conta-me como foi”, é uma sérei de ficção para a RTP ainda por estrear, vai certamente dar-nos mais uma oportunidade para ver a Margarida trabalhar e brilhar. Na Ilha dos Amores telenovela da TVI faz o papel de Madre.
O nosso mundo "artístico" tem destas coisas, teima em nos "presentear" constantemente com as mesmas caras tantas vezes vazias de conhecimento e arte e esquece quem tem valor, quem representa bem e quem no fundo este povo que está deste lado de cá, tanto gostaria de ver.
É pena que as coisas sejam assim e vivamos de esmolas de cultura.
Palmas para a Margarida Carpinteiro, uma Mulher com M grande.
Mais uma Mulher que Portugal esquece.

14 comentários:

Dina disse...

Estou de acordo contigo.Engraçado que quando me falam de Margarida Carpinteiro a primeira coisa que me vem à memória é a sua voz.
É pena que tantos actores e atrizes com um talento enorme não cheguem mais vezes ao grande público.
Já pensei várias vezes numa coisa que me aflige um pouco. As televisões estão a criar "actores" em grande número, alguns ainda bastante jovens. O dia que se acabar a fama e o trabalho em televisão terão eles capacidade para voltarem a ser cidadãos anónimos sem grandes traumas??Porque não me parece que Portugal tenha assim tanto trabalho que lhes permita continuar a trabalhar nesse meio duma forma constante.
Não estarão a criar falsas esperanças a estes jovens para depois os atirarem de volta à normalidade sem dó nem piedade?

Franky disse...

O que eu penso é que cada vez se trabalha em teatro ou em televisão, novelas e afins por cunhas e não pelo valor da pessoa em si. Por vezes desse grande monte de "cunhados", aparece alguém que por acaso até tem jeito e então e como a aridez é enorme, é declarado aos sete ventos que é uma grande actor ou actriz. Sem ter feito nadica de nada para merecer distinção! Basta uma cara bonita um corpo bem trabalhado em ginásios e à força de grandes dietas e temos os actores do momento.
Os Morangos com Açúcar é um deposito de “cunhados”, a Floribela idem, e a agora até há uma freira que coitada daqui a pouco tem um convento cheio de grandes talentos, a maior parte “cunhados”. E os que realmente têm talento e são grande actores, esses ficam em casa a fazer renda, ou dão-lhe papeis tão pequenos e tão pouco relevantes que passam despercebidos!
Crise no Teatro? crise de actores? Qual crise! Anda mas é tudo a ser “cunhado”!
Claro que não há lugar para tanta gente, é impossível e depois, tens toda a razão Xanu, temos as depressões, a decadência de uma juventude que foi iludida para lucros fáceis de alguém.
Intercalar os velhos actores, mas todos os velhos actores e não sempre os mesmos, com toda a sua sabedoria, conhecimento, experiência, calo, e muitas vezes humildade entre esta camada de jovens promessas. Todos eles aprendiam e nós ficávamos a ganhar.
Não, não conseguem, é difícil voltar ao "normal" depois de ter sido o exemplo na moda, nos gestos, nas atitudes, de uma juventude que só vive de ilusões.

Anónimo disse...

Concordo com o que disseram, as senhoras, a propósito de Margarida Carpinteiro.
Lamento que tenha perdido parte da sua classe ao participar no elenco do Herman José. Em nada a beneficiou.
Mas, como dizem, uma andorinha não faz a primavera.

Franky disse...

Se me permitem eu acho que todos os artistas que permanecem com o Herman neste momento só estão a queimar energias!
João Baião, Monchique, a Maria Vieira, acho que saíram muito a tempo. Agora só faltam dois ou três se soltarem e o Herman caí por si.
O Herman já nos fez rir muito, mas neste momento e naquele formato, está obsoleto.
Quem tem classe acaba sempre por se levantar Tó! Acho que para a Margarida Carpinteiro foi sómente mais um trabalho.

Anónimo disse...

E alguém me explica por que razão a Margarida Carpinteiro e a Maria do Céu Guerra NÃO andam por aí "aos caídos". Leiam isto pela positiva. Eu quero deixar bem claro que esta minha observação tem em vista uma resposta constituída por quatro palavras apenas.
Vamos tentar?

Franky disse...

Pensei, pensei, pensei e não cheguei a conclusão nenhuma e como estou em pulgas para saber, não consigo esperar mais, conta lá, vá, não me faças esperar mais!!

Dina disse...

Porque têm talento e coluna vertebral?

Franky disse...

Porque trabalham com ARTE??

(Aqui do Oeste, debaixo de uma grande trovoada!)

Anónimo disse...

Tenho que ir espreitar o livro dela :)

Bjocas a todos

Luis Eme disse...

É realmente estranho este "desaparecimento".

A partir de certa idade há actrizes (e actores) com talento que são "esquecidas" talvez por não fazerem parte de um sistema viciado e viciante, que toma conta de quase de tudo, e para o qual, a qualidade, nem sequer é muito importante...

Anónimo disse...

A resposta é simples: ambas estão fora do sistema e são, até, aqui e acolá, personas non gratas.
Está entendido?
Bj.

Franky disse...

O Sistema!!
O Luís Eme também já o tinha referido!!
Mas eu recuso-me a aceitar esse o motivo, vivendo nós num sistema de esquerda democraticamente eleito. Há sem dúvida outros lóbis que não sendo “eleitos” instalam-se e conseguem modificar o sistema. Quero acreditar que tenho razão!

Anónimo disse...

Vivemos num sistema de quê, Franky?
Ai que agora é que me dá um treco!!!

Franky disse...

Que não te dê um treco, amigo, porque em política, coisa que eu até gosto, mas não discuto com amigos. Só troco pequenas ideias!!
Beijinhos