Laços!
Para todos aqueles que embora longe, distantes no tempo e no espaço, continuamos a amar. Que os laços nunca se desfaçam.
Por falar em amigos, e porque não quero e não posso esquecer, nem confundir as verdadeiras amizades, há amigos e amizades muito especiais que nos enchem a alma de felicidade. Amigos de mão cheia, amigos de coração, esses são tão raros que não os devemos esquecer nunca.
Amigos verdadeiros, nas horas boas e más, em que riem e choram connosco.
Como diz o inicio de uma canção do José Cid – “Era eu uma criança” e já esta amiguinha fazia parte da nossa família e nós da dela. Com o passar do tempo e com o envelhecimento da minha mãe esta amizade foi-se solidificando, engrandecendo e fortificando. Esta amiga tão especial foi sempre ajudando a minha mãe em tudo que ela precisava, estava sempre pronta para lhe fazer companhia nas horas de solidão, fazia coro connosco para ouvir as tais histórias que a minha mãe tão bem contava. Riamos juntas com as graças que a minha mãe dizia! Nos momentos de grande aflição era a ela que a minha mãe recorria. Era assim como mais uma filha e para mim uma irmã.
No dia em que a minha mãe partiu e logo que eu lhe comuniquei nunca mais me deixou, esteve sempre ao meu lado, ajudando-me em tudo o que eu precisei, até ao último momento esteve ali comigo. Esta amiguinha é alguém muito especial para mim, de coração enorme, generosa e com o sentido certo das coisas, uma verdadeira amiga. Não posso esquecer todo o apoio que me deu nesses dias e o quanto lhe devo, por ser quem é e por ter sido tão amiga da minha mãe.
Francisquinha, é para ti o meu agradecimento de coração, que Deus te dê em dobro aquilo que tu mereces, obrigada por mim e por ela. Bem hajas!
De repente e quase sem eu dar por isso a minha vida transformou-se num vazio. Por motivos laborais o meu marido e o meu filho partiram para Évora em busca de melhor sorte. A minha casa que era um mar de gente, barulhenta, desarrumada, por vezes parecendo um mundo de loucos, com gente maluca quanto baste, de repente ficou vazia, a casa não mexe! Tudo parece parado. Como se de repente a ficha se tivesse desligado e a máquina parasse!
Os dias são enormes. O entardecer agora é de tons mais cinzentos, há mais nostalgia no ar. Mais tristeza. Mais saudade. As noites intermináveis. A mesa das refeições está desguarnecida! Fazer comida para quê? Come-se qualquer coisa, fora de horas. Fico suspensa dos sons que me chegam da rua. Os barulhos do prédio que antes não existiam. O som da chuva e do vento ouvem-se impiedosos, como se antes não houvesse temporais. Até os animais de casa, se calaram, hibernaram, estranhando o mutismo, deambulam desgostosos, silenciosos.
A partida da minha mãe! Esta dor que não me cabe no peito. A saudade infinita e a falta que ela me faz! Era a minha conselheira, com quem eu desabafava e a quem eu contava os meus segredos. Era também uma exímia contadora de histórias. Deliciava-nos com os seus contos verídicos de gentes e lugares. De Barrancos, que a viu nascer e crescer e ali se fez mulher, ali amou o homem da sua vida desde os tempos de escola, ali casou e ali teve as filhas, contava-nos histórias fabulosas, verdadeiras lendas que ela nunca esqueceu. Também nos contava episódios reais do tempo da guerra espanhola, relatos vividos por ela e por toda a população de Barrancos.
Histórias de Safara e Vila Nova de S. Bento e das suas gentes que a acolheram e que ela amava de coração. A ouvi-la, o tempo não custava a passar. Eram tardes deliciosas. Já não a ouço. Agora parece que o tempo não passa.
Para piorar as coisas o meu Bethoven, (gato que eu adoro) também partiu. Não com os donos, para Évora, nem para lá da ponte, mas para casa de amigos, por motivo de mau feitio para com os outros gatos, que de repente não consegue controlar. Volta aos fins de semana. Novas guerras, novas batalhas perdidas, difíceis de entender e de aceitar. E volta a partir sem encontrar-mos solução para este problema. E volta a saudade.
Não sei porque partiste. Só sei que partiste e que a tua ausência dói muito cá dentro.
A tua caminhada chegou ao fim. Uma caminhada repleta de lutas, revoltas e de grandes batalhas, umas vencidas outras perdidas.
Eras uma mulher de verdades, de uma só palavra e de sentimentos puros, que acreditava na honra e na bondade.
Embalaste-me nos teus braços quando eu tinha medo ou chorava por algum motivo, hoje fui eu a abraçar o teu corpo frágil e pequeno e beijei os teu cabelos brancos pela última vez. Abracei-te com força com medo de te perder. E perdi-te para sempre.
Hoje foi o dia da tua partida e eu sinto-me pequenina, dorida, perdida e sentida.
Até sempre MÃE!
O documento foi divulgado durante um seminário do Conselho da Europa que abordou a recolha de dados como um requisito para políticas eficazes de combate à violência contra as mulheres, incluindo a doméstica.
Este é o terceiro de cinco seminários integrados na campanha do Conselho da Europa para combater a violência contra as mulheres lançada em Novembro, em Madrid.
Arménia, Chipre, Geórgia, Itália, Malta, São Marino, Eslováquia e Ucrânia foram os países convidados para participar no encontro.
Segundo a presidente da Comissão para a Igualdade, Elza Pais, nos últimos seis anos (entre 2000 e 2006) o número de ocorrências de violência doméstica registadas pelas forças de segurança quase duplicou, passando dos 11.162 para 20.595.
Contudo, para os peritos este indicador não deverá corresponder a um aumento da violência, mas a uma maior visibilidade do fenómeno levando assim ao crescimento das denúncias.
Os dados hoje revelados indicam que 87 por cento das vítimas de violência doméstica em 2006 eram do sexo feminino e 13 por cento do sexo masculino.
Por outro lado, no quadro da violência doméstica, o estudo faz um retrato do homicídio conjugal em Portugal indicando que só no ano passado 39 mulheres morreram e outras 43 ficaram gravemente feridas.
Ainda no âmbito do homicídio conjugal, que representa 16,4 por cento do homicídio geral, o documento revela que em 2006 foram condenadas a cumprir pena de prisão 212 pessoas com idades entre os 21 e os 51 anos, de nacionalidade portuguesa.
Segundo Elza Pais, diversos estudos internacionais sugerem que muitas das mortes de mulheres são cometidas em contactos de violência conjugal. Pesquisas feitas na Austrália, Canadá, Israel, África do Sul e Estados Unidos, adianta, demonstram que 40 a 70 por cento das mulheres assassinadas anualmente foram mortas pelos maridos ou namorados em contextos de violência conjugal.
Nos Estados Unidos, por exemplo, aproximadamente um em cada três homicídios de mulheres são de natureza conjugal, enquanto no Reino Unido cerca de 120 mulheres são mortas por ano pelo cônjuge ou companheiro.
Em Espanha, cerca de 100 mulheres são mortas pelos seus actuais ou ex-companheiros em cada ano estimando-se que, por semana, uma mulher espanhola morra nas mãos do seu companheiro.
Em muitos países as "questões de honra" contribuem também para a morte de muitas mulheres e em diversas sociedades a "honra" de um homem está directamente relacionada com a "pureza" da mulher da família.
No encontro de hoje, Mendes Bota, vice-presidente do Comité para a Igualdade entre Mulheres e Homens da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, revelou que pelo menos 80 milhões de mulheres dos países da comunidade europeia já sofreram de violência doméstica.
O fenómeno, adiantou, tem custos efectivos na ordem dos 34 biliões de euros por ano equivalentes a 555 euros per capita. Segundo Mendes Bota, Portugal tem feito um percurso exemplar no combate e prevenção do problema, mas ainda não foi suficiente para travar o número de mortes anuais.
Um dos objectivos da campanha do Conselho da Europa, que tem como lema "tudo começa com um grito e nunca deve acabar num grande silêncio", é sensibilizar para o problema dando voz às mulheres que não têm voz, referiu.
Em discussão no seminário de hoje esteve a necessidade de ser feita uma harmonização na recolha de dados dos vários países de forma a permitir uma analise comparativa.
Hilary Fisher, presidente da Task Force do Conselho da Europa para combater a violência contra as mulheres, explicou que a recolha de dados fiáveis é um dos grandes desafios.
"É necessário e essencial ter dados comparáveis a nível internacional. Não basta a recolha. Há que estabelecer uma ponte directa", disse.
Nunca me prenunciei sobre este caso porque há aspectos nele que não entendo.
O caso é simples! Uma criança é gerada numa união de puro acaso. Filha do vento e da aventura. Renegada por pai e mãe. É entregue pela mãe biológica a quem ela entendeu sem intervenção do pai do “acaso”. Simples história, como tantas e tantas por esse mundo fora. A criança é dada assim como por artes mágicas a quem desejava ter um filho. E a amou de verdade.
Quantos casais querem ter um filho e não o podem ter? Sujeitam-se por isso a processos complicados de adopção com anos e anos de espera? Anos e anos de expectativa, numa espera desesperada por um telefonema que venha finalmente por fim a este pesadelo. A notícia da vinda de um ser que encherá as suas vidas de alegria, preenchendo finalmente os seus sonhos. Anos e anos de desespero! Anos e anos de espera. Anos e anos de nadas. Desespero, raiva e desilusão.
E quantas crianças, são depositadas em associações à espera que o dia da sua liberdade chegue, perdendo os melhores anos da sua meninice por entre paredes, nuas, sem carinho, sem amor, numa espera que desespera. E os anos passam e o vazio se instala. E desesperam na espera do nada.
E os braços caem cansados de esperar por um abraço que as aperte com amor. Abraça-se o vazio! E doe!
É por este motivo que não tinha escrito ainda nada do caso da pequena Esmeralda. Por não entender, por não conseguir perceber a diferença. E porque sei o que é esta espera.
A pequena Esmeralda bem ou mal, não teve de passar por este processo, foi contra todas as normas estipuladas entregue de mão beijada a um casal que a amou, a educou e lhe deu todo o carinho e amor que qualquer criança tem direito. Mas de repente foram acordados desse sonho, pelos homens que cumprem as leis. Foram abruptamente despertos para a realidade. Afinal a menina não era deles! Não lhes pertencia! Já se tinham passado 5 anos. E o terror instalou-se na sua casa. Nas suas vidas. O pai biológico de repente lembrou-se que tinha direito como pai para reclamar o amor dessa criança. Como se o amor se pudesse comprar! E conseguiu! E os homens de leis deram-lhe razão. E determinaram um dia para a entrega. Dia 26 de Dezembro.
Depois do dia de Natal, a Pequena Esmeralda não vai ter tempo de abrir os brinquedos que receberá nessa noite de todas as esperanças. Vai logo de manhã ser tirada da única casa que conhece e ser levada para algures, para onde nunca esteve, não conhece e não quer.
Contra tudo e contra todos a lei vai ser cumprida. Contra todos os pareceres pedagógicos! Porquê? Não entendo. Nada entendo de leis. Mas entendo o coração humano. E sinto-me revoltada.
Como prenda de Natal a pequena Esmeralda vai ter o abandono forçado dos pais que ela sempre quis e aprendeu a amar.
Que Deus perdoo os homem que fazem as leis.
Toda a gente tem direito a ser criança, no tempo de ser criança!
O Actor Matt Damon foi eleito o mais sexy de 2007!
Há homens assim! Só que e como uma amiga minha dizia, - Se não podem ser meus para que existem ?!! Pois!!! Temos pena!
Em conversa com a minha filha ela confessou-me que as suas memórias desta época de festas de Natal e de compras e de publicidade na TV, o que primeiro recorda é uma anúncio muito peculiar! Para o Natal o meu presente eu quero que seja... A MINHA AGENDA! A MINHA AGENDA! la la la la la ”.
Pois eu concordo com ela. E vamos repor a verdade que nesta coisa das crianças elas nunca mentem e tem uma memória muito melhor que a nossa!!
Ficam aqui alguns anúncios da época
Obrigada Ana e vá lá, vamos recordar!
Há coisas que não mudam!
O outro dia estando eu meio distraída, ouvi uma voz familiar anunciar o Natal na TV! Era Ela! A Leopoldina! Tinha regressado! É Natal.
Quando os meus filhos eram pequeninos, hoje são adultos e não vão em cantigas, ouvindo a "Leopoldina" na TV gritavam felizes.
- Já chegou o Natal!!!
E lá chegava aquela espécie de pássaro, meio humano meio ave anunciando o "Mundo Encantado dos Brinquedos".
Regressava todos os anos, mais ou menos na mesma altura, anunciando a época natalícia. Era o começo do Natal. O frenesim das compras, o esbanjamento, o exibicionismo. Não havia hipótese de retrocesso, o mundo estava inevitavelmente mudado.
Sócrates e Santana, no tão esperado despique, não protagonizaram um combate de titãs. Desiludiu! Cansou.
«Dizia-se que iria ser um combate de wrestling», mas afinal «é o canal memória», diz Paulo Portas.
O Líder do Bloco de esquerda, Francisco Louça desiludido com o espectáculo, pediu os bilhetes de volta! A haver vencedores não foi Santana Lopes de certeza, pois segundo diz o próprio ainda está em processo de adaptação!
A memória e o passado marcaram o debate. «Má memória, diria Sócrates, que acusou Santana de ser «o senhor do passado». Santana respondeu: «E o senhor é símbolo do pântano! Do Governo que fugiu», numa alusão ao executivo de Guterres.
Santana ainda pede a Sócrates «um limiar de delicadeza» quando pede a «defesa da consideração da bancada» e garante que os executivos de coligação orgulham-se da governação que levaram a cabo. Diz Santana que Sócrates deve «preparar-se» porque «Menezes vai ganhar-lhe em 2009», que acusa o primeiro-ministro de desorçamentação no sector das estradas e de, em 2005, já na vigência do governos socialista, «o défice estar nos 6,1 por cento», contra os 3,3 por cento em 2004. Sócrates não perde tempo para responder: «"O senhor deputado não está a governar porque foi o povo que assim decidiu"! E aproveita a ameaça da vitória de Menezes em 2009, para espicaçar o fantasma da liderança social-democrata bicéfalo. «Eu também não posso deixar de notar que o líder do seu partido deixou ontem umas questões, numa espécie de orientações ao grupo parlamentar, e agora o senhor coloca aqui outras dúvidas. Espero que o Dr. Menezes não me leve a mal por não responder».
O Partido Comunista foi igual a si mesmo, sem novidades e sem ataques exacerbados. Debate morno assim como os Verdes.
Saúde, idosos, grávidas, vacina contra o cancro do colo do útero, que será integrado, no próximo ano, no Plano Nacional de Vacinação, finanças, seriam alguns dos temas que gostaria de ter visto debatido, mas infelizmente não ouve interesse para trazê-los ao debate.Blogue renovado!
Decidi fazer uma remodelação no meu blogue. Pouca coisa. Mudei as cores das paredes, com cores quentes como se impõe para a época que se aproxima. Limpei o pó acumulado nas prateleiras, lavei a loiça e dei um ar de graça no geral.
Há muito tempo que o vinha pensando, aliás a ideia era outros projectos a nível bloquista, mas decidi não abandonar estas instalações. Aqui sinto-me bem.
O café está preparado para enfrentar o Inverno, que custa a chegar, e a ter novas e boas conversas, com todos aqueles que quiserem passar por aqui. Espero que gostem e que se sintam bem.
Já alguns dias (muitos) que não tenho escrito aqui no meu blog. O tempo, ou melhor, a falta dele e a disposição para escrever e mexer em assuntos que me incomodam não me tem deixado expressar como eu gostaria sobre o que sinto.
Por vezes quando alguém de quem gostamos muito é maltratado ou desumanizado sentimo-nos revoltados e com vontade de fazer justiça.
Mas como? Contra quem? O sistema? Os serviços de saúde? Da Segurança Social? Ou simplesmente contra o Zé ninguém que encrava o sistema e que descarrega nos outros, nos mais fracos, as suas frustrações?
A minha mãe foi para casa depois de ter estado internada num hospital. Assim de um dia para o outro, depois de nos terem dito, o próprio médico que a operou, que a situação estava difícil e que possivelmente ainda teria de ser operada novamente! O estado geral era preocupante. Dois dias depois estava em casa com a alta passada pelo mesmo médico que tinha falado connosco.
Impunha-se ajuda para a higiene e para ter as condições mínimas de bem estar para o estado em que ela se encontrava. Tem a bacia partida em dois locais, a perna esquerda deixou de funcionar. Está praticamente paralisada do lado esquerdo. Precisava de cuidados de saúde, higiene assim como uma cama articulada.
Depois de muito procurar chegámos à conclusão que não há ajuda para ninguém, pelo menos para a minha mãe. A Segurança Social não tem pessoal para ir a casa ajudar a dar banho à minha mãe! As associações que procurámos também não, a Igreja Católica igualmente se negou. Ponto assente, a minha mãe se não for a família a fazer, não terá o mínimo de qualidade de vida, nem de higiene, nem de saúde nem de comodidade. Se a família não pode tem de se contratar alguém e pagar do seu bolso. Outros tratamentos e o levantamento do doente é incumbência da família.
A Cama. Depois de MUITAS voltas conseguimos arranjar uma cama articulada. Por 4 (quatro) meses e com um depósito feito em nome da Segurança Social. Ao fim deste tempo, é retirado o doente do bem estar em que se encontra e devolver a cama ou temos de a pagar!!
Aqui entra o ZÉ ninguém! A dita cama foi cedida pala Segurança Social, mas como estava num armazém, nas instalações da Junta de Freguesia de Queluz, seria o encarregado desse armazém a “DAR” a cama. Tínhamos nós de a ir buscar, de manhã cedo, arranjando para isso transporte adequado, pois o tamanho da cama assim o exigia. Como o dito senhor tem os seus dias, (o mau humor era gritante), tinha mais que fazer, por esse motivo não estava para esperar muito. Como era sexta-feira, teríamos que esperar para segunda. Os palhaços, nós claro, depois de fazer 80/90 km, teríamos de voltar para trás de mãos vazias e deixar a minha mãe novamente sem as condições mínimas de bem estar. Depois de muito protestar e de ter de elevar o tom de voz, muita calma e paciência à mistura, conseguimos finalmente a bendita cama. Eram 3 horas da tarde! Depois de uma grande trabalheira e de muito apertar parafusos e de ligar fios e motores, peças de três camas e meia, finalmente a minha mãe teve direito a se sentir uma verdadeira rainha. Rainha por 4 meses, nada mais, nada menos.
A Médica de Família, ao fim de 15 dias, ainda não foi ver a sua doente ao domicilio, mesmo que para isso se tenha feito o pedido, uma vez que a doente não se pode deslocar ao Centro de Saúde.
Quem se aventura por estes caminhos é que se apercebe quanta miséria humana envolve os nossos "velhos". O abandono, a indiferença, o desprezo, a arrogância, a deficiência dos serviços e das pessoas a que eles têm de estar sujeitos. As portas fecham-se à nossa passagem, o "NÃO" é constante! A DESUMANIZAÇÃO é gritante.
Como é possível que “os nossos velhos” que trabalharam uma vida inteira, cuidando das famílias, cumprindo todas as obrigações como cidadãos, pagando impostos, votando para ajudar a colocar os políticos nos pedestrais onde hoje se encontram, tenham no fim da sua vida uma velhice de miséria, onde são tratados como farrapos da sociedade que nada valem, sobe a batuta da indiferença e do desprezo.
Que fazer com eles?
Escondê-los em lares, a maior parte deles clandestinos e sem o mínimo de condições para uma estadia difícil de calcular, e quantas vezes tão penosa. Caríssimos e fora do alcance da maioria dos familiares.
Empurrá-los semana após semana para casa de familiares à mingua de um carinho, tirando-os do cantinho que eles ajudaram a construir e que são deles por direito?
Futuros sem o mínimo de deferência.
"Porque o Governo os despreza, espezinha, explora, humilha, vexa – não lhes acode, não os protege, não os defende, não os agasalha, não os ama". Escrevia o outro dia Baptista Bastos. Ergo com ele a minha voz de protesto. Ninguém ama os nossos "velhos", é uma realidade.
Esquecem-se os políticos que a vantagem deles é que as suas pensões de reforma serão sempre ‘suficiente’ para pagar as doenças da sua velhice. O problema está naqueles que, ao longo da sua vida, nunca tiveram mais do que o suficiente para pagar o pão de cada dia, quanto mais pagar lares a preços astronómicos, medicação, fraldas e tudo o mais que a sua idade avançada exige.
Hoje eles, amanhã nós, e que podemos fazer para mudar esta política, despertar consciência, este sistema do diz que faz e não faz? Esta vergonha nacional?
(Quero agradecer à Elvira Carvalho a sua preocupação pela saúde da minha mãe e pedir desculpas por não ter aparecido por aqui para agradecer a sua simpatia. Um beijinho e desculpa.)
Ana Moura
Bate forte a saudade
Com a grande vontade
De te ver
A luz que se arredonda
Alongando-me a sombra
Sozinha
A saudade de ter
Uma dor que ao doer
É só minha.
"Portugal é o país com maior desigualdade entre ricos e pobres. Um quinto dos portugueses vive abaixo do limiar da pobreza
"Portugal é de longe o país da União Europeia (UE) com maior desigualdade entre ricos e pobres", refere um relatório divulgado pela associação humanitária OIKOS, que hoje, segunda-feira, assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima em 1,5 biliões o número de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza, um flagelo que aumenta ao ritmo de 25 milhões de afectados por ano.
"A pobreza em Portugal é um problema social grave e o seu não reconhecimento tem-se revelado, ultimamente, um dos maiores entraves à sua erradicação", menciona um manifesto divulgado hoje pela OIKOS, que lembra que um quinto dos portugueses vive no limiar da pobreza (21% da população).
Segundo a OIKOS, 12,4% da população activa não ganha mais do que o salário mínimo nacional, enquanto 7,2% da população activa está desempregada. Só no ano de 2003, mais de 5.000 trabalhadores "tiveram o seu trabalho reduzido ou suspenso".
No âmbito dos reformados, 26,3% recebem menos de 200 euros de reforma por mês e 147.332 recebem o Rendimento Social de Inclusão (151,84 euros).
O documento subscrito salienta também que as 100 maiores fortunas portuguesas representam 17% do Produto Interno Bruto nacional, pelo que o país tem a pior distribuição de riqueza no seio da UE com os 20% mais ricos a controlar 45,9% do rendimento nacional.
Protecção social e combate à pobreza: mais futuro, melhor presente!
"Os dados estatísticos existentes sobre a pobreza e a exclusão social não revelam, por si só, todas as dimensões destes flagelos, mas aproximam-nos da realidade e permitem-nos ir avaliando o caminho que estamos a percorrer". Informa-nos a REAPN. (Rede Europeia Anti Pobreza / Portugal)
Não vou escrever mais sobre o programa do governo, nem sobre a pobreza declarada, nem das novas políticas sociais, nem das associações para isto vocacionadas, nem dos números, nem dos Fóruns para hoje agendados. Há quem esteja bem documentado, muito melhor do que eu, sabedor da matéria, com números e dados suficientes para tratar de tão grave problema. É só querer! E quando o homem quer a obra nasce.
Mas o que sempre me preocupou é a outra pobreza, aquela que pode estar mesmo ao lado da nossa porta, a que não fala, a que não grita, não pede, não estende a mão. Pobreza encoberta, que doe mais do que as do que comem a sopa nas casas de acolhimentos. Pobreza daqueles que não fazem parte dos números, dos que choram calados a vergonha de não ter dinheiro para pagar a casa, a água, a luz ou a educação dos filhos. Pobreza daqueles que perderam os empregos, por encerramentos das empresas ou por doença, ou por morte dos familiares.
Contar cada cêntimo, dia a dia para que nada do que é essencial nos falte, é uma luta muitas vezes inglória, porque é uma batalha isolada, uma luta sem participação, nem ajudas de lado nenhum.
Pobreza é também só termos dinheiro para o dia a dia, sem podermos prever e acautelar o futuro, na doença e na velhice. Pobreza calada, sentida e sofrida atrás de cada porta que se fecha, na nossa rua, no nosso bairro, no nosso prédio, ali mesmo ao nosso lado, até mesmo um nosso familiar, para encobrir a miséria de cada dia de luta.
Porque também se tem vergonha de ser pobre.
Mensagem das gotas
As coisas mais simples,
ouço-as no intervalo do vento,
quando um simples bater de chuva nos vidros
rompe o silêncio da noite,
e o seu ritmo se sobrepõe ao das palavras
Poema de Nuno Júdice - As coisas mais simples
Nuno Júdice vencedor do Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, pelo livro «As coisas mais simples»
Circulam na blogosfera vários excertos de uma entrevista que Monsenhor Luciano Guerra, reitor do Santuário de Fátima, deu ao suplemento Notícias de Sábado do DN de 6 de Outubro.
Em entrevista Monsenhor Luciano Guerra, profere um conjunto de afirmações que no mínimo são insultuosas para todas as Mulheres.
Citando parte da entrevista: «Notícias Magazine-Na sua opinião uma mulher que é agredida pelo marido deve manter o casamento ou divorciar-se? Respondeu Monsenhor Luciano Guerra - Depende do grau de agressão! NM - O que é isso de grau de agressão? Resposta - Há o indivíduo que bate na mulher todas as semanas e há o indivíduo que dá um soco na mulher de três em três anos; NM - Então reformulando a questão: agressões pontuais justificam um divórcio? Resposta - Eu, pelo menos, se estivesse na parte da mulher que tivesse um marido que a amava verdadeiramente no resto do tempo, achava que não. Evidentemente que era um abuso, mas não era um abuso e gravidade suficiente para deixar um homem que amava.»
Fala-nos também Monsenhor Monsenhor Luciano Guerra sobre o divórcio, o aborto, do mal que a presença das jovens junto dos rapazes que tem como consequência a falta de aproveitamento!
Isto é só um enxerto de longa entrevista que Monsenhor Luciano Guerra deu ao "Notícias Magazine". Como fica a nossa consciência católica ou não, perante uma igreja que se espelha assim neste seu alto representante?O «Blog Action Day» passa pela mobilização de bloggers em todo o mundo para publicarem, no mesmo dia, textos com um assunto pré-definido, de relevância global, sem qualquer tipo de censura por parte dos organizadores.
O objectivo é «fazer com que todos passem a conversar sobre um futuro melhor», explica o site oficial.Há dias em que as más notícias nos deixam abalados. Porque por um motivo ou outra elas nos tocam.
Da direita à esquerda, o país reagiu consternado à notícia da morte de Fausto Correia!
O Eurodeputado não resistiu a um ataque cardíaco na última madrugada!
Portugal Diário
"O eurodeputado socialista Fausto Correia, 55 anos, morreu na madrugada desta terça-feira em Bruxelas, vítima de ataque cardíaco, confirmou o Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa em comunicado, informa a agência Lusa.
Natural de Coimbra, Fausto Correia, foi deputado socialista, secretário de Estado da Administração Pública, dos Assuntos Parlamentares, Adjunto do Ministro de Estado e Adjunto do Primeiro-Ministro.
Antigo presidente da Associação Académica de Coimbra-Organismo Autónomo de Futebol, Fausto Correia, licenciado em Direito, repartiu a vida entre a carreira de jornalista e de político Como jornalista integrou os quadros do República, foi um dos fundadores do diário A Luta e delegado da ANOP em Coimbra.
Mais tarde foi membro de vários Conselhos de Administração da RDP-Radiodifusão Portuguesa e entre Abril de 1992 e Outubro de 1995 foi Vice-Presidente da Direcção-Geral da Agência LUSA de Informação.
Além de eurodeputado, Fausto Correia era actualmente deputado à Assembleia Municipal de Miranda do Corvo e Presidente da Mesa da Comissão Política da Federação de Coimbra do PS, estrutura de que foi o líder entre 1978 e 1980 e entre Março de 2002 e Abril de 2003.
No Parlamento, era membro da Comissão Parlamentar das Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos e membro suplente da Comissão Parlamentar dos Transportes e Turismo do Parlamento Europeu.
Integrava ainda a delegação para as Relações com os Países da Comunidade Andina e era membro suplente das delegações para as Relações com o Mercosul e à Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana."
A ele lhe devemos entre outras coisas a "Loja do Cidadão"!
À família enlutada e ao PS os meus mais sentidos pêsames.
Inevitavelmente eu tinha de vos falar no Outono! E porque este ano o Outono é diferente dos outros, porque não faz frio, porque não chove e porque as árvores ainda não se vestiram de folhas envelhecidas, amarelas tingidas de verde, castanhas, ou vermelhas se esvaindo. Tudo se enfeita para receber a estação Outonal. Mas este ano o ar está quente, há cheiros próprios de outra estação, de outros tempos, de outros lugares.
O meu pai deixou-nos no Outono, a minha mãe entristece no Outono.
E, apesar de tudo, eu gosto do Outono...
E porque este ano eu também estou diferente, não me queria repetir e saudar como habitualmente esta estação de mil cores. Por isso vos trouxe um bocadinho da maravilhosa "Canção de Outono" de Alice Vieira.
“A minha mãe diz sempre que foi por causa do Outono.
Que é sempre assim, quando a areia, o sol, o azul do mar e do céu ficam apenas na nossa memória.
Que as pessoas suportam mal o cheiro a naftalina das camisolas e dos casacos que tiram dos armários, fechados durante tanto tempo. Começam a espirrar, têm alergias e prometem mais uma vez lembrar-se com antecedência que os têm de tirar mais cedo para arejarem.
Então, diz a minha mãe, as pessoas ficam mesmo sem paciência. E gritam. E respondem torto. E têm saudades dos amigos que fizeram e que desapareceram.
E habituam-se mal aos espaços estreitos, aos horários, ao trânsito das ruas, ao telemóvel sempre a tocar uma melodia insuportável mas que têm preguiça de mudar. E – repete muitas vezes a minha mãe – às vezes dizem coisas que não querem. Como se as palavras estivessem cansadas de estar presas e desatinassem boca fora.
E nunca se pode culpar ninguém.
É o Outono, diz a minha mãe.
Nada a fazer.”
Mas eu não acredito que o meu pai tenha saído de casa por causa do Outono. Apesar do que diz a minha mãe. Naquele dia ele levou-me à escola. Lembro-me de
que a professora estava à porta a comer um gelado e
que se riu para ele e ele para ela.
– A comer um gelado com um tempo destes? Daqui a pouco até lhe gelam os lábios...
A professora riu, sacudiu o cabelo e respondeu que qualquer tempo era bom para se comer um gelado, que os portugueses é que tinham a mania de que eles só se
devem comer no Verão.
O meu pai voltou a rir e disse que ela ainda parecia mais criança do que nós. Ela voltou a sacudir a cabeça e disse que não havia tempo certo para se ser criança.
– Tal como para comer gelados – acrescentou.
Por causa do gelado é que eu me lembro deste dia.
Eu com tanta vontade de pedir um ao meu pai, mas sabendo perfeitamente que ele nunca mo iria dar, apesar de ter rido com as palavras da professora.
Claro que também me lembro desse dia por outros motivos. Nessa tarde, quando cheguei da escola, a minha mãe levou-me para o quarto e disse:
– Temos de conversar.
Estremeci. Passei rapidamente em revista todas as possíveis asneiras cometidas nesse dia, e na véspera, e não era capaz de encontrar nada que justificasse aquelas
palavras e os olhos da minha mãe, subitamente tão castanhos. A minha mãe tem olhos verdes quando está bem disposta, e castanhos quando se zanga. O meu pai costumava dizer que bastava olhar para os olhos dela para saber que palavras iriam sair da sua boca.
– Temos de conversar – repetiu ela nessa tarde.
Nessa noite o meu pai não veio jantar. Nem na outra. Nem nas outras que se seguiram. Por causa do Outono, garantia a minha mãe. Por causa dessa tristeza que entra no coração das pessoas quando a chuva se anuncia.
– E quando houver sol, muito sol, o pai volta? – lembro-me de ter perguntado.
Mas a minha mãe não respondeu.
Só os olhos continuaram castanhos e húmidos...”
Pensei que era desta vez que o Dalai Lama viria meditar e reflectir para o Jardim Budista no Bombarral, mas parece que ainda não é desta. Neste jardim respira-se um ambiente de grande calma e serenidade.
Falou-se recentemente do Jardim do Oriente que Joe Berardo está a criar na Quinta dos Loridos, no Bombarral, por uma qualquer questão de licenças camarárias. Politiquices ou desinteresse de Joe Berardo?
O líder espiritual encontra-se "só" em Portugal, sem governantes e sem Jardim Budista.
Parece que esta visita não estava dentro do Time certo!!
"Feito histórico
Vanessa Fernandes campeã do Mundo de triatlo após vitória em Hamburgo na Alemanha
A portuguesa Vanessa Fernandes sagrou-se hoje, (1 de Setembro de 2007) em Hamburgo, campeã do Mundo de triatlo, na categoria de Elites, sendo agora o título olímpico o único que lhe falta no palmarés."
PARABÉNS VANESSA
Na dourada planície alentejana
Onde o sol penetra e em tudo teima
A falta de água mísera e insana
Quebra a vontade abate e queima
Nessa imensa e dourada pradaria
O vento de suão seca a cortiça
Leva consigo, numa lenta agonia,
O suor, a que chamam de preguiça.
Mas o Alentejo é belo e majestoso
Quem o ama chama-lhe de formoso
Quem parte volta, nunca diz adeus
Por isso há sempre vozes em coro
Canto alentejano em vez de choro
A alma alentejana tem força de Deus
19-04-2005
Rogério Martins Simões