segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Desinteresse!



Já há algum tempo que não escrevo nada por aqui, por vários motivos, primeiro porque não me sinto vocacionada para a escrita, como se as ideias tivessem fugido de mim, como se o mundo lá fora não me interessasse, como se os dias fossem todos iguais.

As mudanças não são fáceis, e na minha idade muito menos. A pouco e pouco estou de novo ganhando terreno no que se refere aos afectos, ao relacionamento com os outros. Se bem que por aqui as pessoas são abertas, simples e prontas para conviverem, mesmo com as pessoas que não conhecem, é fácil conversar, pedir ajuda para como fazer melhor as coisas que não conhecemos, conhecer locais, trocar ideias, fazer amizades. Mas a idade, a minha, é realmente uma condicionante grave. Ou sou eu, não sei. É muito diferente quando somos jovens, vemos a vida multicolorida, não pensamos nas adversidades, nem nos riscos, nem nos perigos. Agora tudo é “SE”! Paramos antes de avançar, antes de falar, antes de dizer! E isso é que nos torna velhos.

Depois também há um vazio enorme neste País que é meu de nascença e de coração, a nível politico e social, é assim como uma feira de vaidades onde se vai acusando uns e outros, de mil e uma coisa, quase todas graves, ou muito graves e depois ficamos sem saber o desfecho, é como acusar e fugir, sem nunca vermos os culpados serem julgados, ou condenados. Os homens deixaram de ser sérios, andam agora com a espada da justiça em cima das suas cabeças e vivem de festa em festa, de inauguração em inauguração, de viagem em viagem, como se nada fosse com eles. Políticos, dirigentes de clubes de futebol, juízes, advogados, médicos de renome, e mais não sei o que, são acusados de desfalques, falcatruas, aldrabices, desonras, calunias!

E nós, simples criaturas que nada devemos ao Jet Set, ou à política, ou aos senhores que em tudo mandam e que representam este povo, vamos ficando cansados, vamos vivendo amargurados, sem vontade de comentar, sem vontade de votar, sem vontade de interferir nesta sociedades de vida vazias. E é como se atravessássemos um deserto, deserto de valores, de ideias, de homens íntegros, honestos e sérios. Começamos a desconfiar dos partidos, das instituições, dos homens e mulheres deste País!

Perdemos horas, e por vezes dias, da nossa vida a seguir este ou outro caso bombástico que nos chega através dos órgãos de informação, todos os dias, sempre a horas certas, as de maior audiências, pessoas conhecidas são acusadas sem dó nem piedade, pelos jornalistas, como se estes fossem juízes, julgando, não entrevistando, com se aquele caso fosse a coisa mais importante deste mundo, para depois não sabermos o fim da história e cair no esquecimento.

Faz-se campanha política em cima da desgraça de cada um. Ali, no meio da catástrofe, aproveitando a ocasião para culpar o Governo. Acusam, apontam o dedo, como se eles próprio não soubessem de nada ou não tivessem uma cota parte de culpa no sucedido. Espectáculo mediático à hora de telejornal! Por outro lado o próprio Governo ouve, vê e segue em frente, indiferente à dor de quem sofre na pele a desgraça das horas más! Olham para o lado, assobiando indiferentes e seguem em frente, como se nada disto lhes dissesse respeito. Políticos que se acusam mutuamente na praça pública proferindo palavras que nos deixam atónicos, perplexos!

Há também os que gritam e barafustam de barriga cheia, os que nada mais fazem senão reclamar e organizar a confusão, tendo o ordenado garantido no fim do mês.

Nada disto faz sentido para mim neste momento, de repente é como se toda a gente tivesse tirado a máscara e eu tivésse a ver o mundo com outras cores, cinzentas, tristes, sombrias! É um país de desencanto! De desrespeito total!

E nós ficamos descrentes! Desinteressados! Apáticos. Desiludidos!

E deixamos cair os braços à espera nem sei bem de que!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Timor, de novo!



Mais uma vez Timor é notícia em todos os noticiários e infelizmente pelas piores motivos!
É com extrema preocupação e tristeza que acompanhamos as notícias sobre esta nova situação em Timor Leste e o estado de saúde de Ramos Horta, depois dos 2 atentados desta manhã, noite em Lisboa.
Pessoalmente não consigo entender este povo Timorense. Quando suou o alerta para ajudar-mos este povo, tudo fizemos para o conseguir! A "Paz" foi restabelecida, fizeram-se eleições, elegeram-se os governante, abriram-se escolas, igrejas e tudo parecia correr bem, pelo menos assim pensávamos nós, de repente tudo volta ao principio e é com consternação que durante a noite fui acompanhando o evoluir dos acontecimentos e o estado critico de saúde do presidente Ramos Horta.
Merecerá a pena lutar pela paz para estes povos que já de tão habituados à guerra não sabem apreciar a Paz e a tranquilidade que neste caso todo o mundo colaborou para a conseguir? Que quererá afinal esta gente, inconformados sempre com as situações. É preferível voltar à guerra do que continuar a construir um País já de si tão massacrado pelo sofrimento?
Desejo as rápidas melhoras do presidente Ramos Horta e PAZ para este povo que tanto precisa dela.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Porque temos dias assim!



Rui Veloso/ Mariza

Não queiras saber de mim - Carlos Tê / Rui Veloso

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje não me recomendo

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Évora!

Évora já é uma realidade!

Instalados e com a tralha mais ou menos no lugar, aos poucos a minha vida vai retomando o seu ritmo normal.

Entretanto já tive um tempinho para passear e admirar esta cidade maravilhosa.
Évora estende-se preguiçosamente pela planície Alentejana. Imponente, bela e verdejante. De dia, Évora oferece ao visitante, edifícios majestosos, ruas limpas, praças cheias de gente. Comércio e Industria em efervescente crescimento.

À noite Évora fica esplendorosa. A iluminação dos seus monumentos transporta-nos para outros tempos. Diana estava ainda mais bonita. Ex-libris da cidade é um templo clássico de quase dois mil anos. Passear pelas ruas de Évora é quase como entrar no paraíso.

Templo de Diana

Gostei do ambiente afectuoso dos cafés, onde a conversa se estende para além dos clientes habituais. Povo sem preconceitos, aceitando os forasteiros como se de suas gentes se tratassem. Cidade alentejana de gente simples e simpática.

Por enquanto é tudo o que lhes posso transmitir desta cidade que me soube acolher muito bem. Aos pouco e poucos foi descobrindo sítios, locais e pessoas e tentar passá-los também para a tela.

Sinto-me bem, “quase feliz”, não fora já as saudades dos que estão longe.

Um beijo para todos aqueles que se preocuparam comigo nesta mudança da minha vida.